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Macron dissolve Parlamento francês e anuncia novas eleições

09/06/2024 17h03

Macron dissolve Parlamento francês e anuncia novas eleições - Decisão é reação a vitória da ultradireita e fiasco de seu próprio partido nas eleições europeias. Votação não afeta permanência de Macron no cargo; ele segue presidente até 2027.Após ver sua aliança centrista derrotada pelo partido de ultradireita Reagrupamento Nacional (RN) nas eleições ao Parlamento Europeu, o presidente francês Emmanuel Macron anunciou neste domingo (09/06) a dissolução da Assembleia Nacional e a convocação de eleições antecipadas.

De acordo com pesquisas de boca de urna, o RN obteve 31,5% dos votos, mais que o dobro da coalizão pró-União Europeia de Macron, com 15,2% dos votos, e um crescimento considerável em relação aos 23,3% de 2019. Ainda não há dados sobre quantos eleitores franceses foram às urnas neste domingo.

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Atualmente, Macron não tem maioria na Assembleia Nacional e, por isso, tem penado para aprovar projetos de interesse do seu governo – na semi-presidencialista França, o presidente depende de um primeiro-ministro apontado pelo Parlamento para assegurar a governabilidade.

As novas eleições estão previstas para os dias 30 de junho e 7 de julho. A votação não afeta a permanência de Macron no cargo. Ele segue presidente até 2027.

É a primeira vez desde 1997 que um presidente dissolve a Assembleia Nacional na França – a última vez foi sob o governo de direita de Jacques Chirac. Naquela época, porém, foi a esquerda que saiu vitoriosa, forçando Chirac a governar com rivais até o final do mandato.

O que disse Macron

"Decidi devolver a vocês a escolha do nosso futuro parlamentar através do voto. Portanto, estou dissolvendo a Assembleia Nacional", disse Macron em um pronunciamento à nação.

Macron disse que o resultado das eleições para o Parlamento Europeu "não foi um bom resultado para os partidos que defendem a Europa".

"Partidos de ultradireita (...) estão progredindo em todo o continente. É uma situação à qual não posso me resignar", disse. "Eu ouvi sua mensagem, suas preocupações, e não as deixarei sem resposta."

"A decisão é séria e difícil, mas é, acima de tudo, um ato de confiança – confiança em vocês, meus caros compatriotas", disse ele, enfatizando que não pode "fingir que nada aconteceu".

Macron incentivou os cidadãos a "votar maciçamente" na eleição, dizendo que "a França precisa de uma maioria clara".

Reagrupamento Nacional celebra resultado

A líder do Reagrupamento Nacional, Marine Le Pen, saudou o gesto de Macron.

"Estamos prontos para assumir o poder se os franceses nos derem sua confiança nas próximas eleições nacionais", disse.

"Emmanuel Macron é um presidente enfraquecido, já privado de uma maioria absoluta no parlamento francês e agora limitado em seus meios de ação dentro do Parlamento Europeu", disse Jordan Bardella, principal candidato do RN às eleições ao Parlamento Europeu.

ra (Reuters, AFP, AP, dpa)

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