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Rei da Espanha é hostilizado em visita a áreas afetadas pela enchente

03/11/2024 13h01

Rei da Espanha é hostilizado em visita a áreas afetadas pela enchente - Comitiva da família real visitava região de Valência, devastada pela inundação. Número de mortos na tragédia chega a 217.Uma visita do rei e da rainha da Espanha e do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, às áreas atingidas pelas enchentes em Valência, no leste do país, terminou em confusão neste domingo (03/11). Uma multidão atirou lama, pedras e objetos na comitiva. O barro atingiu o rosto do rei Felipe VI e da rainha Letizia.

Centenas de voluntários e moradores de Paiporta interromperam a limpeza das ruas afetadas pela "enchente do século" que atingiu a Espanha na última terça-feira e protestaram contra as autoridades com gritos de "assassinos" e "fora". Na cidade, um um dos epicentros da tragédia, 62 pessoas morreram devido às chuvas.

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No início da visita, um cabo de vassoura também foi arremessado na direção de Sánchez. Ele foi cercado por sua equipe de segurança, que abriu um guarda-chuvas para proteger a comitiva da lama e das pedras atiradas pelos moradores.

Enquanto os profissionais tentavam montar um cordão de segurança ao redor do rei, uma unidade de cavalaria da polícia interveio para afastar os manifestantes. Ao menos um dos seguranças da rainha sofreu um ferimento visível na testa.

A maior parte dos ataques dos moradores foi direcionada a Pedro Sánchez, que acabou abandonando a comitiva por medidas de segurança. O rei e a rainha insistiram por mais uma hora em falar com as pessoas e tentar acalmar os ânimos. Com o rosto e a roupa manchada de lama, ele continuou a caminhar por uma das principais ruas da cidade e conversou com moradores, mas acabou deixando o local.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram a população enfurecida, atirando objetos contra os carros da comitiva oficial. Os incidentes levaram as autoridades a suspender a visita do rei e da rainha à cidade de Chiva, para onde iriam em seguida.

As autoridades espanholas foram criticadas pela lentidão na resposta às enchentes. A população recebeu alertas sobre as fortes chuvas apenas no final da terça-feira, quando a inundação já causava danos em Paiporta. Os moradores também reclamam da demora para a ajuda chegar às cidades duramente atingidas.

Após o incidente, o rei espanhol disse que é preciso compreender "a raiva e a frustração" das pessoas durante a sua visita de domingo.

"A estas pessoas devemos dar esperança, atender a emergência, mas também garantir que o Estado em toda a sua plenitude esteja presente", disse aos trabalhadores do Centro de Emergência de Valência, em vídeo publicado em suas redes sociais.

Região deve receber mais chuvas

As tempestades desta terça-feira despejaram em poucas horas a mesma quantidade de água prevista para o período de um ano. As enchentes destruíram pontes, arrastaram casas e centenas de veículos, o que gera dificuldades aos serviços de emergência.

O número total de mortos nas inundações chegou a 217 neste domingo. O governo ainda não divulgou a quantidade de desaparecidos. Segundo Sánchez, esse é "o maior desastre natural da história recente da Espanha".

Valência é a região mais atingida pela tempestade. Milhares de voluntários continuam o trabalho de limpeza de ruas, fornecimento de alimentos e busca por desaparecidos sob ameaça de mais chuva.

A Agência Estadual de Meteorologia (Aemet) manteve a região em alerta amarelo e laranja durante o final de semana, o que indica a possibilidade de novas chuvas torrenciais.

"Haverá chuvas muito fortes e persistentes, inclusive nas áreas já afetadas pelas enchentes de 29 de outubro", explicou Rubén del Campo, porta-voz da Aemet, em mensagem transmitida no Telegram da agência.

Outro foco dos trabalhos é um shopping center próximo ao vilarejo de Aldaia, que foi duramente atingido pela tragédia. A Unidade Militar de Emergência (UME) ainda está extraindo água e lama do estacionamento subterrâneo do local, onde se espera encontrar mais vítimas.

O número de agentes de segurança destacados para o trabalho de resgate aumentou. São cerca de 7,5 mil soldados e 9,4 mil policiais atuando na busca de sobreviventes.

gq (EFE, AFP, DW)

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