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Carla Bruni nega denúncias de irregularidades contra sua ONG

Thibault Camus/Efe
Imagem: Thibault Camus/Efe

07/01/2012 17h26

A primeira-dama da França, Carla Bruni, negou neste sábado que sua fundação tenha recebido verbas públicas, após uma revista acusá-la de receber irregularmente US$ 3,5 milhões do Fundo Mundial de Luta contra a Aids, a Tuberculose e a Malária.

"A insinuação de que verbas teriam vindo de parceiros públicos é totalmente sem fundamento", indica um comunicado divulgado no site da ONG, que reivindica uma "contabilidade limpa".

Em sua nota intitulada "direito de resposta", a cantora e esposa do presidente francês, Nicolas Sarkozy, sai em defesa das acusações feitas em um artigo de Frédéric Martel, publicada pela revista francesa "Marianne".

Carla Bruni garante também que sua fundação nunca recebeu ajuda do Ministério de Cultura da França através do Centro Nacional do Livro. Ela diz ainda que a organização ocupa escritórios pelos quais paga aluguel.

O comunicado de resposta não faz qualquer referência, no entanto, ao Fundo Mundial de Luta contra a Aids, a Tuberculose e a Malária, que constitui o centro da linha de argumento do artigo.

De acordo com Martel, esse fundo, do qual Carla é embaixadora, transferiu o dinheiro "à margem da legalidade, sem licitação, a pedido da primeira-dama da França e para várias empresas de um de seus amigos".

A revista refere-se ao músico e empresário Julien Civange, conselheiro e testemunha de casamento de Carla Bruni com o presidente francês, Nicolas Sarkozy.

Por sua parte, o Fundo Mundial de Luta contra a Aids ressaltou em comunicado que a informação da revista oferece "uma imagem inexata e sossegada" e que "não pagou um centavo" para a fundação da primeira-dama francesa.

A instituição com sede em Genebra detalhou que a campanha realizada em 2010 com a participação da esposa do presidente francês foi financiada com o orçamento ordinário do Fundo e custou US$ 2,8 milhões, e não 3,5 milhões como disse "Marianne".

Acrescentou que os contratos assinados com diversas empresas para realizar essa campanha, inclusive os de apoio ao site da fundação de Carla Bruni, e os deslocamentos que ela fez no exercício de suas funções de embaixadora "respeitaram as regras e os procedimentos muito estritos do Fundo Mundial".

O Fundo ressalta ainda que conseguiu a adesão de 700 mil pessoas na campanha e que depois houve uma conferência de arrecadação de fundos em que foram levantados mais de US$ 10 bilhões.

Por isso, lamenta a aparição de "este tipo de artigos sensacionalistas" que "diminuem o impacto positivo do papel" da primeira-dama como embaixadora do Fundo, de cujas atividades "dependem muitas vidas humanas".

A cantora alega que sua fundação conseguiu em dois anos e meio cerca de 8 milhões de euros de "doadores e parceiros", suficientes, segundo ela, para realizar suas ações.

O escândalo ao qual se refere "Marianne" e do qual ainda não dá muitos detalhes teria custado o posto ao embaixador francês sobre a Aids, Patrice Debré, uma vez que saiu à luz no conselho de administração que essa instituição realizou em Acra (Gana) no final de novembro do ano passado.

A diplomacia francesa, no entanto, atribui a saída de Debré a "uma mudança de posicionamento do fundo", segundo o jornal "Libération".

Carla Bruni-Sarkozy se tornou embaixadora mundial contra a Aids em 2008. Seu irmão tinha morrido vítima da doença.