Schettino se emociona ao lembrar escolha entre "morrer ou subir na lancha"
O capitão do cruzeiro Costa Concordia, que naufragou em 2012 e provocou a morte de 32 pessoas, disse neste sábado (13), visivelmente emocionado, que naquela noite teve que escolher entre "morrer" ou "subir na lancha" com a qual se salvou da tragédia.
"Infelizmente havia pessoas presas nos terraços, são imagens inesquecíveis. Naquele momento, entre morrer, me afogar ou cair... subi na lancha", lembrou Francesco Schettino.
A declaração foi feita no Teatro de Grosseto, no centro da capital italiana, onde acontece o processo que começou em julho de 2013 e pode lhe acarretar uma condenação de 20 anos.
Schettino é acusado de homicídio culposo múltiplo, abandono de navio, naufrágio e de não ter informado às autoridades portuárias imediatamente depois da colisão contra uma rocha em frente à ilha italiana de Giglio.
A audiência deste sábado foi a quinta do julgamento. Durante seu depoimento, Schettino continuou estendendo a responsabilidade do desastre a outros companheiros da sala de comandantes do navio.
"Os oficiais na ponte de comando preferiram morrer a falar. Se sofrem de submissão psicológica perante o comandante, que trabalhem em outra coisa. Um oficial tem a obrigação jurídica de manifestar um perigo imediato; pelo contrário, se calar significa provocá-lo", afirmou em resposta às perguntas do promotor, Stefano Pizza.
"Estou preparado para assumir minha parte de responsabilidade. No entanto, o êxito da operação dependia também das pessoas localizadas nos postos-chave", acrescentou, desta vez em relação aos trabalhos de evacuação do navio, no qual viajavam 4.229 passageiros.
No naufrágio morreram 32 pessoas, às quais se soma um submarinista espanhol que morreu no último mês de fevereiro durante as tarefas de preparação para o reboque do barco.
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