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Vacas de cidade indiana serão registradas após lei contra carne bovina

Mulher alimenta gado em vila no Estado de Maharashtra - Shailesh Andrade/Reuters
Mulher alimenta gado em vila no Estado de Maharashtra Imagem: Shailesh Andrade/Reuters

Em Nova Déli

31/03/2015 12h46

Um mês após entrar em vigor uma lei que proíbe a venda e a posse de carne bovina na região, a polícia de uma cidade do oeste da Índia pediu aos habitantes para que apresentem fotos de todos os bois e vacas do local, informou uma fonte do governo à Agência Efe nesta terça-feira (31).

Os moradores de Malegaon, cidade com meio milhão de habitantes, precisarão registrar os animais para "ajudar" as forças da ordem a garantir o cumprimento da nova norma, implantada no Estado indiano de Maharashtra, de acordo com um inspetor de delegacia local, Masood Khan.

Na semana passada, a polícia da cidade registrou casos contra três pessoas pelo sacrifício de dois bois, após encontrar seus corpos durante a inspeção de um imóvel feita a partir de uma denúncia anônima.

O inspetor informou que se trata de alguns dos primeiros acusados em Maharashtra após a ilegalização da prática, no dia 3 de março. Eles podem receber penas de até cinco anos de prisão, o máximo estipulado por essa lei de proteção animal.

A vaca é considerada um animal sagrado na religião hindu, predominante na Índia, onde a carne bovina é vista como "alimento dos pobres" e consumida principalmente por cristãos, pelas castas mais baixas dentro do hinduísmo e pelos muçulmanos, que controlam esse mercado.

A Índia é um dos maiores exportadores mundiais de carne bovina, com 62% de sua produção total de carne, de aproximadamente 6,3 milhões de toneladas anuais, segundo dados do Ministério de Comércio e Indústria.

A nova lei, que também contempla multas de 10 mil rúpias (R$ 520), não afeta o sacrifício de búfalos, que representam 25% do total de casos.