Wálter Maierovitch

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Opinião

Direita britânica vai perder de lavada para trabalhistas

À luz da geopolítica e do direito internacional, o movimento rotatório da Terra tomou o rumo da direita e, muitas vezes, girou de forma radical.

A exceção ao direitismo conservador fica por conta das eleições britânicas de hoje (4) à Câmara dos Comuns.

A vitória dos laboristas, o partido dos trabalhadores, será retumbante, depois de 14 anos de governos conservadores no Reino Unido —como, por exemplo, o do premiê Boris Johnson, espalhafatoso e ridículo.

As últimas pesquisas apontam para vitória dos laboristas, com mais de 40% dos votos.

Caso confirmada a previsão, os trabalhistas terão, na Câmara dos Comuns, de 400 a 500 cadeiras parlamentares. Estão em disputa 650 cadeiras, e a maioria na Câmara se forma com 326.

Assim, o advogado Keir Starmer, especializado em direitos humanos, será o primeiro-ministro.

Derrota amarga da direita

Os conservadores vão amargar, pelas sondagens, derrota com sabor de Brexit, passados oito anos da saída do Reino Unido da UE (União Europeia). Os conservadores terão cerca de 20% dos votos e carregam a preocupação de serem ultrapassados pelos liberais democratas.

A direita tem, ainda, a voz incômoda do sempre populista e fascistoide Nigel Farrage, o motor que induziu os britânicos, em 2016, a abandonar a UE, com uso de dados falsos e postura agressiva contra os imigrantes.

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O atual primeiro-ministro Rishi Sunak já arruma as malas para deixar a famosa residência da Downing Street, 10, em Londres.

Ele, um endinheirado, empobreceu o Reino Unido, que sente a falta dos imigrantes —estudo recente mostrou que a imigração foi positiva e contribuiu significantemente para a melhoria econômica.

David Cameron, atual ministro de relações exteriores, será outro a deixar as funções. Ele era o primeiro-ministro quando ocorreu o plebiscito que levou à saída da União Europeia.

França

Na França, as pesquisas apontam para a vitória do partido Rassemblement National (RN), liderado pela extremista Marine Le Pen, a filha e herdeira do condenado nazifascista Jean-Marie Le Pen, um declarado antissemita.

Como revelado pela mídia francesa, o dinheiro de Vladimir Putin, enviado por banco russo, chegou para rechear os cofres vazios do partido de Le Pen.

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Na UE, a presidência semestral já está sob mandato do autocrata Viktor Orbán, premiê da Hungria e pau-mandado de Putin.

Orbán e Putin

O autocrata Viktor Orbán, em seu primeiro movimento político na presidência da UE, viajou para a Ucrânia a fim de tentar intermediar acordo de paz com Zelensky, sem o abandono pelos russos das regiões ocupadas.

Dado o fracasso da última tentativa de paz costurada em Berna (Suíça), sem convite à Rússia, o húngaro propôs um novo encontro de chefes de Estado e de governo, com a presença russa e em local a ser escolhido.

Putin, em face da viagem de Orbán, declarou desejar a paz.

Mas, atenção, Putin ressaltou que não negocia com Zelensky, por ele não estar legitimado. Isso pelo término do mandato presidencial e sem eleições para a renovação na Ucrânia.

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Com caradurismo, Putin quis dar lição de democracia. Ressaltou não admitir a prorrogação do mandato presidencial ucraniano, sendo que foi um Estado soberano invadido, bombardeado e sem o controle de áreas territoriais sob controle de forças militares russas.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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