Espanha retira imunidade de conselheiro que matou a mulher no Brasil
O Ministério de Relações Exteriores da Espanha retirou, a pedido das autoridades brasileiras, a imunidade diplomática do comissário e conselheiro de Interior da embaixada da Espanha no Brasil, Jesús Figón, 64, após o assassinato de sua esposa, confirmaram nesta quinta-feira (14) à Agência Efe fontes oficiais.
O Brasil solicitou na quarta-feira a retirada da imunidade de Figón, dada a "gravidade" dos fatos, informaram as fontes.
A Polícia Civil do Espírito Santo deteve na terça-feira passada o responsável de segurança da embaixada da Espanha no Brasil acusado de matar sua esposa, a brasileira Rosemary Justino Lopes de 50 anos.
Segundo informações policiais, Figón, que alegou que cometeu o crime em legítima defesa durante uma discussão conjugal, se apresentou voluntariamente à delegacia para assumir a responsabilidade pela morte de sua mulher, que morreu em decorrência de múltiplos ferimentos causados por arma branca.
No entanto, ele foi posto em liberdade poucas horas depois por gozar de "imunidade diplomática".
Após receber o pedido, a embaixada da Espanha, de acordo com as instruções do ministro das Relações Exteriores, José Manuel García-Margallo, apresentou uma nota na qual concordava com a solicitação das autoridades brasileiras.
García-Margallo anunciou ontem que se fosse demonstrado que "houve violência machista" no assassinato, a Espanha renunciaria à imunidade porque esta "não pode servir, em nenhum caso, como álibi em fatos tão desagregáveis como os que estão sendo investigados", afirmou.
O ministro ressaltou que a embaixada comunicou à Chancelaria brasileira, por instruções suas, que a Espanha "não só não põe nenhum inconveniente à investigação em andamento das autoridades brasileiras", mas estava "a sua disposição para colaborar na investigação de um fato da gravidade que se discute".
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