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Tribunal argentino afasta juiz que investigava empresa de Cristina Kirchner

Silvina Frydlewsky/Ministério de Cultura da Argentina
Imagem: Silvina Frydlewsky/Ministério de Cultura da Argentina

Em Buenos Aires

16/07/2015 17h00

Um tribunal da Argentina afastou nesta quinta-feira (16) o juiz Claudio Bonadio do processo que investiga possíveis irregularidades administrativas na empresa que administra um hotel de luxo que tem a presidente argentina, Cristina Kirchner, como acionista.

O Centro de Informação Judicial, a sala I da Câmara Federal de Buenos Aires, afastou "por maioria" Bonadio do processo Hotesur, luxuoso hotel em Alto Calafate, na Patagônia.

O tribunal tomou essa decisão após o pedido realizado pela defesa de Romina Mercado, presidente e diretora titular da direção da Hotesur, filha da ministra do Desenvolvimento Social, Alicia Kirchner, e sobrinha de Cristina Kirchner.

Bonadio investigava supostas anomalias administrativas na Hotesur baseado em uma denúncia apresentada pela legisladora da oposição Margarita Stolbizer.

A deputada e também pré-candidata à presidência da Argentina nas eleições de outubro acusou o Hotel Alto Calafate, um estabelecimento de luxo situado na vila turística do Calafate de que poderia ser um alojamento "fantasma" usado então pelo casal Kirchner para fazer negócios irregulares junto do empresário Lázaro Báez.

Bonadio tinha ordenado na segunda-feira a execução de várias medidas de busca e apreensão na província de Santa Cruz, entre elas a revista de uma imobiliária que pertence a Máximo Kirchner, filho da presidente, na capital provincial, Río Gallegos, enquanto a chefe de Estado estava na cidade.

A operação provocou um escândalo político porque foi executava por agentes da Polícia Metropolitana de Buenos Aires, província governada pelo opositor Mauricio Macri, que concorre nas primárias, em agosto, de olho na disputa pela Casa Rosada.

Para apimentar a polêmica, domingo acontece o segundo turno da eleição em Buenos Aires, em que o candidato conservador Horacio Rodríguez Larreta, braço direito de Macri, é favorito na disputa com o ex-ministro Martin Lousteau.

E em duas semanas os argentinos voltarão às urnas para as primárias, praticamente um ensaio das presidenciais de outubro, quando medirão forças dos dois candidatos com mais chances de substituir Cristina Kirchner: Macri e o governista Daniel Scioli, governador da província de Buenos Aires.