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Mianmar e Laos produziram 823 milhões de toneladas de ópio, segundo ONU

Em Bancoc (Tailândia)

15/12/2015 08h45

Mianmar (antiga Birmânia) e Laos produziram 823 milhões de toneladas de ópio em 2015 destinadas ao tráfico de drogas, apesar do cultivo ter se estabilizado pelo terceiro ano seguido, indicou nesta terça-feira (15) o Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (UNODC, em inglês) em Bangcoc, ao apresentar um relatório.

A UNODC manteve Mianmar como o primeiro país produtor de ópio do Sudeste Asiático e o segundo do mundo, atrás do Afeganistão.

O relatório, intitulado "Ópio no Sudeste Asiático em 2015", mostrou que o cultivo de ópio se estabilizou neste ano em 55 mil hectares em Mianmar e 5,7 mil hectares no Laos.

O documentou explicou como o entorpecente é refinado e transformado em heroína graças ao uso de anidrido ácido de contrabando, uma substância química "pioneira".

De 823 milhões de toneladas de ópio, são obtidas 82,3 toneladas de heroína.

"A produção de ópio e o comércio de químicos ao Triângulo de Ouro e a saída de heroína deste continuam sendo um desafio para a segurança e a estabilidade", ressaltou o representante regional da UNODC para o Sudeste Asiático e Pacífico, Jeremy Douglas, em comunicado.

Douglas convidou Mianmar e Laos a combaterem as raízes do problema em uma região na qual a demanda de heroína se encontra em "níveis inaceitáveis" e onde os narcotraficantes obtêm grandes lucros.

O coordenador do Programa de Drogas para UNDOC no Sudeste Asiático, Tun Nay Soe, explicou por sua parte na mesma nota de imprensa que "existe uma clara conexão entre o cultivo de ópio e a pobreza, as más condições de vida, a dívida doméstica e a falta de recursos alternativos".

O Estado Shan, no nordeste de Mianmar, palco de um conflito armado com as minorias étnicas, produz 91% do ópio cultivado no Triângulo de Ouro, zona na qual confluem as fronteiras birmanesa, laosiana e tailandesa.

O cultivo de ópio no Laos se encontra principalmente nas sete províncias do norte do país.