Topo

Presidente das Mães da Praça de Maio é denunciada por incitação à violência

Hebe de Bonafini, presidente da associação das Mães da Praça de Maio - Sergio Goya/Folhapress
Hebe de Bonafini, presidente da associação das Mães da Praça de Maio Imagem: Sergio Goya/Folhapress

Em Buenos Aires

16/12/2015 21h14

A presidente das Mães da Praça de Maio, Hebe de Bonafini, foi denunciada por suposta "intimidação pública" e por "convocar à resistência" contra o governo de Mauricio Macri, segundo confirmou à Agência Efe nesta quarta-feira (16) Guillermo Fanego, advogado que entrou com uma ação na justiça.

O promotor Carlos Stornelli solicitou a abertura de uma causa para investigar as alegações apresentadas recentemente por Fanego e pediu ao juiz Julián Ercolini que dispusesse as primeiras medidas de prova.

A denúncia surge após os comentários feitos em novembro pela representante do movimento, após a vitória do conservador Mauricio Macri no segundo turno das eleições presidenciais argentinas.

"O inimigo voltou ao poder", disse Bonafini, que pediu à população que repudiasse a presença de Macri na Casa Rosada durante a posse do novo chefe de Estado argentino, em 10 de dezembro.

Para o advogado, a atitude da representante das Mães da Praça de Maio "é uma tentativa de sublevação contra a ordem constitucional" e uma "convocação à violência" contra "um governo constitucional", apontou.

Fanego se referiu aos diversos bloqueios de passagem na capital argentina, assim como uma série de mensagens divulgadas pela rede social Twitter, realizadas por um grupo afim ao antigo governo, que "estavam incitando assaltos e atos de violência contra o governo que assumiu".

Bonafini "ainda não está acusada", esclareceu Fanego, à espera que o juiz reúne a informação necessária para constatar e "avaliar se cabe ou não julgar Bonafini e enquadrá-la diretamente à comissão de um crime".

O crime de incitação à violência pode ser punido com três a seis anos de prisão, enquanto o atentado contra a ordem pública pode representar entre três e oito anos de prisão.

Recentemente, a justiça da cidade de Buenos Aires condenou a fundação Mães da Praça de Maio a pagar 33 milhões de pesos (cerca de R$ 13,2 milhões), mais juros e despesas judiciais, por descumprir as cláusulas de dissolução de um contrato entre a entidade e Corporação Buenos Aires Sul.