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Procuradoria da Venezuela pede 16 anos de prisão para prefeito de Caracas

O prefeito da cidade de Caracas, Antonio Ledezma, preso há quase um ano - Eduardo Knapp/Folhapress
O prefeito da cidade de Caracas, Antonio Ledezma, preso há quase um ano Imagem: Eduardo Knapp/Folhapress

Em Caracas

15/02/2016 18h23

A procuradoria da Venezuela ratificou nesta segunda-feira (15) sua acusação de conspiração e formação de quadrilha contra o prefeito de Caracas, o dirigente opositor Antonio Ledezma, e pediu 16 anos de prisão para ele durante a audiência preliminar do caso.

A audiência preliminar de Ledezma, que está há quase um ano detido e atualmente se encontra em prisão domiciliar, tinha sido suspensa até o momento em dez ocasiões.

Segundo advogados e dirigentes políticos presentes na audiência, os procuradores pediram que Ledezma seja processado por conspiração e formação de quadrilha e solicitaram uma pena de 16 anos de prisão.

Ledezma foi detido no último dia 19 de fevereiro por suposta conspiração contra o governo e esteve preso na prisão militar de Ramo Verde, próxima a Caracas, até que passou a situação de prisão domiciliar em 30 de abril por encontrar-se convalescente de uma cirurgia de hérnia.

Sua audiência preliminar foi diferida em dez ocasiões nos últimos meses, uma situação que o advogado do prefeito qualificou de "aberrante injustiça".

Os motivos pelos quais foram suspensas as audiências anteriores não foram detalhados pela defesa nem pelo Ministério Público ou pelo tribunal que cuida do caso.

O prefeito é identificado com a ala radical da oposição, liderada por Leopoldo López, e foi acusado pela procuradoria em 7 de abril do ano passado de conspirar contra o governo ao apoiar grupos que supostamente "pretendiam desestabilizar" com ações violentas.

A causa contra Ledezma, segundo a procuradoria, tem relação com o caso dos venezuelanos Lorent Gómez Saleh e Gabriel Vales, expulsos da Colômbia em setembro de 2014 por sua suposta vinculação com "planos conspiratórios" atribuídos ao ex-presidente colombiano Álvaro Uribe (2002-2010).