Palestino condenado em Israel morre misteriosamente na Bulgária

Sófia, 26 fev (EFE).- Um palestino, condenado à prisão perpétua em 1986 em Israel por terrorismo e que se escondia na Bulgária há 20 anos, morreu nesta sexta-feira em misteriosas circunstâncias no prédio da missão diplomática da Palestina em Sófia, informou a agência de notícias "Mediapool".

A vítima, identificada como Omar Nayef Hassan Zayed, era membro da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), considerada organização terrorista por Israel, União Europeia (UE) e Estados Unidos. O homem, de 51 anos, foi encontrado nesta manhã no pátio da missão palestina na capital búlgara ainda com vida, mas faleceu pouco depois.

O embaixador palestino na Bulgária, Ahmed Al-Madbuh, afirmou em entrevista à imprensa local que Zayed foi assassinado e acusou a Israel de ser o responsável. O Ministério do Interior da Bulgária anunciou que abriu uma investigação do caso e acrescentou que as primeiras versões indicam que o homem morreu após cair de um apartamento. Segundo a Polícia búlgara, o corpo não apresenta sinais de violência.

Zayed foi condenado à prisão perpétua por um tribunal israelense em 1986 por assassinar em Jerusalém - junto com seu irmão e outro palestino - um estudante judeu ultra-ortodoxo de 22 anos de idade. Quatro anos depois, conseguiu escapar de um hospital da cidade de Belém, onde estava internado após uma greve de fome de 40 dias.

Após passar por vários países árabes, Zayed se radicou em 1994 na Bulgária, onde se casou e teve três filhos. Nos últimos meses, viveu na missão palestina em Sófia, enquanto as autoridades judiciais búlgaras estudavam um pedido de extradição por parte da Justiça israelense.

O primeiro-ministro da Bulgária, Boyko Borisov, realizou esta semana uma visita de trabalho a Israel, onde, segundo suas palavras, foi debatida a eventual extradição de Zayed.