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Filho de Evo Morales e ex-namorada está vivo, segundo familiar da mãe

27/02/2016 20h36

La Paz, 27 fev (EFE).- O filho que o presidente da Bolívia, Evo Morales, e a empresária Gabriela Zapata, investigada por suposto enriquecimento ilícito, tiveram em 2007 está vivo, garantiu neste sábado uma parente da ex-namorada do governante.

Em declarações separadas às emissoras privadas "Unitel" e "PAT", uma tia de Zapata, Pilar Guzmán, negou que a criança tenha morrido, como afirmou o presidente no início deste mês, e indicou que tem entre oito e nove anos e que se encontra em La Paz.

"Sim, está vivo, eu o tive em meus braços", disse Guzmán à "PAT", ao ser questionada se o menor está vivo.

A tia de Zapata afirmou à "Unitel" que a mulher também tem uma filha de quatro anos, fruto de outra relação, que se encontra atualmente em seu domicílio na região sul de La Paz.

Nenhuma autoridade do Executivo se pronunciou até o momento sobre as declarações de Guzmán.

Zapata foi detida na sexta-feira, por solicitação do Ministério de Transparência, que iniciou uma investigação pelo supostos delitos de "legitimação de lucros ilícitos e enriquecimento ilícito de particulares com afetação ao Estado".

A mulher passou a noite em uma cela e prestará depoimento neste domingo perante um juiz cautelar.

Morales reconheceu que Zapata foi sua namorada entre 2005 e 2007 e que da relação nasceu uma criança que, segundo o presidente, morreu pouco depois.

A detida era até uma semana atrás gerente comercial na Bolívia da empresa chinesa CAMC Engineering (Camce), que nos últimos anos assinou contratos com o governo Morales no valor de US$ 566 milhões, a maioria por convite direto depois que licitações foram descartadas.

A relação de Gabriela Zapata com Morales e os contratos que a Camce fechou com o Estado surgiram de uma denúncia do jornalista Carlos Valverde sobre um suposto tráfico de influência, que o presidente e sua ex-namorada negaram.

A pedido do presidente, as contratações estatais com a empresa chinesa estão sendo investigadas pela Controladoria Geral do Estado, dirigida por um governista, e por uma comissão no parlamento, onde o partido de Morales tem maioria.

Nesta semana o governo concretizou a cobrança de garantias bancárias de US$ 22,8 milhões da Camce como forma de puni-la por descumprimentos na construção da ferrovia Bulo Bulo-Montero, entre as regiões de Cochabamba, no centro, e Santa Cruz, no leste.

Além disso, o Executivo decidiu excluir a empresa chinesa das licitações que serão abertas para construir estradas que serão financiadas com um crédito do país asiático no valor de US$ 7 bilhões.