MP da Bolívia realiza buscas em casa de ex-namorada de Evo Morales
Funcionários do Ministério Público (MP) da Bolívia que investigam os supostos crimes cometidos pela empresária Gabriela Zapata, ex-namorada do presidente Evo Morales, fizeram buscas nesta quarta-feira (2) em sua luxuosa casa em La Paz para encontrar e confiscar documentos.
Uma das tias de Gabriela, Pilar Guzmán, declarou que os funcionários do MP fizeram buscas no imóvel, onde havia uma menina e uma empregada.
"Eles nos disseram que é algo relacionado com o processo, mas nos pegaram de surpresa porque entraram bruscamente", declarou a familiar de Gabriela, segundo o site do jornal "El Deber".
Pilar acrescentou que a menina, que é filha de Gabriela, está "em choque porque ficou assustada (com a ação)" e ninguém informou à família que o pessoal do MP iria se apresentar para buscar documentos.
Gabriela, que até a semana passada era funcionária da empresa chinesa Camce, está presa desde domingo acusada de lavagem de dinheiro, enriquecimento ilícito com prejuízo ao Estado e uso indevido de influências em grau de cumplicidade.
De acordo com o Ministério Público boliviano, a ex-namorada de Morales utilizou escritórios da Unidade de Gestão Social do Ministério da Presidência para se reunir com investidores e fazer acordos com empresários.
Também estão detidas pela mesma denúncia a agora ex-chefe dessa Unidade, Cristina Choque, e o funcionário Jimmy Morales, um motorista do Ministério da Presidência que supostamente dirigiu um veículo oficial que foi utilizado por Gabriela.
A oposição pediu uma investigação por suposto tráfico de influência em relação à empresa Camce, que assinou vários contratos com o governo no valor de US$ 566 milhões, por causa do envolvimento entre Gabriela e o presidente Morales.
O governo boliviano aceitou a investigação dos contratos da Camce que ficará a cargo da Controladoria e de uma comissão do parlamento.
Gabriela Zapata e Evo Morales mantiveram uma relação por quase dez anos e ambos tiveram um filho em 2007. Inicialmente, se disse que a criança tinha falecido, mas, posteriormente, familiares da mãe asseguraram que o menino está vivo.
Morales, que garante que Gabriela lhe disse que a criança tinha morrido logo depois de nascer por causa de uma doença, pediu que lhe entregassem o menino se este estiver vivo.
Além disso, o governo considera que há uma "articulação política" para atacar o presidente com este tema, alegando que os irmãos de Gabriela têm relação com a oposição.