Polícia belga teve informações sobre esconderijo de Abdeslam em dezembro
A polícia da Bélgica obteve informações sobre o esconderijo de Salah Abdeslam, o homem mais procurado da Europa, no início de dezembro, mas isso não chegou aos serviços antiterroristas do país, revelou nesta sexta-feira (25) a imprensa local.
Um agente da cidade de Malines soube, no último dia 7 de dezembro, que um homem chamado Abid, morador da rua Quatre Vents, em Molenbeek, estava em contato desde novembro com Abdeslam, já conhecido por seu envolvimento com os atentados de Paris.
Segundo a emissora RTL, o agente ficou doente e comunicou a informação que tinha recebido a um companheiro, que redigiu um relatório. O documento, porém, não chegou aos serviços antiterroristas da Polícia Federal ou não foi aproveitado.
A polícia abriu uma investigação interna para esclarecer os motivos de não ter utilizado a informação. Abdeslam, considerado como o coordenador logístico dos atentados de Paris, foi preso na última sexta-feira (18) na mesma rua citada pelo agente.
Se confirmada a falta de comunicação, esta seria mais uma falha do sistema antiterrorismo da Bélgica. Uma série de erros começou a ser evidenciada após os ataques de Bruxelas na última terça-feira (22), quando 31 pessoas morreram e 300 ficaram feridas.
Um dos equívocos que está adquirindo grande dimensão política é extradição de Ibrahim El Bakraoui, um dos suicidas que detonou explosivos no aeroporto de Zaventem. Ele tinha sido enviado à Holanda pela Turquia após ter sido preso como "combatente estrangeiro" na fronteira com a síria e a informação foi repassada ao governo belga, segundo o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.
Os ministros de Interior e da Justiça da Bélgica devem comparecer em audiência convocada pelo parlamento do país nesta sexta-feira para esclarecer esse erro em torno da extradição de El Bakraoui.
Por outro lado, o site "Politico Europe" indicou que Abdeslam só foi interrogado por uma hora pela polícia belga desde sua captura na sexta-feira e os atentados de Bruxelas quatro dias depois. O interrogatório teria se limitado ao envolvimento dele nos ataques de Paris, apesar de vários elementos que indicavam a realização de novas ações terroristas.
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