Topo

Emissora divulga vídeo dos irmãos Abdeslam em festa em Bruxelas

28/03/2016 13h13

Washington, 28 mar (EFE).- A rede americana "CNN" publicou nesta segunda-feira um vídeo dos irmãos Abdeslam, Brahim e Salah, supostos autores dos ataques de Paris ocorridos em novembro, nos quais é possível ver ambos desfrutando em uma festa em um clube noturno em Bruxelas.

Brahim Abdeslam, claramente visível, dança com um cigarro na mão enquanto conversa animadamente com uma menina loira, enquanto seu irmão mais novo, Salah, vestido com um suéter laranja, se diverte junto a um grupo de amigos ao fundo.

O vídeo corresponde a 8 de fevereiro de 2015, oito meses antes de Brahim detonar uma bomba em um ataque suicida em um café da capital francesa que fez parte de uma série de atentados que deixaram 130 mortos e vários centenas de feridos em Paris.

Salah, membro da célula terrorista do Estado Islâmico (EI) que reivindicou os atentados, foi o único a sobreviver aos ataques, e esteve vários meses foragido até que foi detido há algumas semanas na capital belga.

Dois amigos, que filmaram o vídeo publicado pela emissora americana, estiveram na festa com Salah e Brahim aquela noite de fevereiro de 2015, e compartilharam sua história com a "CNN", com a condição de ocultar suas identidades.

Com nomes falsos, Karim e Rachid asseguram à emissora que Brahim era o mais sério dos dois irmãos, enquanto Salah era um amante da diversão.

"Eram boa gente. Suponho que se pode dizer que viveram a vida ao máximo", disse Rachid à "CNN", enquanto Karim acrescentou ter sido testemunha de suas brincadeiras, seus jogos de cartas e suas diversões.

"Em todo caso, (Salah) gostava das mulheres. Era um mulherengo e ouvi que tinha uma namorada em um momento dado", acrescentou.

Relembrando o ocorrido no último ano, ambos colegas concordam em que depois daquela noite, os irmãos Abdeslam começaram a mudar.

"Essa foi a última vez que vi eles beberem. Brahim começou a ser mais religioso. Participava das orações da sexta-feira na mesquita e além disso rezava em casa", explicou Rachid.

No entanto, os dois amigos asseguraram não terem percebido a transição dos irmãos em direção ao radicalismo, e agregaram que não foram interrogados em relação às investigações que estão sendo realizadas sobre os atentados.