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Médicos venezuelanos completam 72 horas em greve de fome contra crise

26/05/2016 16h20

Caracas, 26 mai (EFE).- Um grupo de médicos venezuelanos, residentes do Hospital Universitário de Los Andes (HULA), no estado de Mérida, completou nesta quinta-feira 72 horas em greve de fome para exigir ações das autoridades frente à crise sanitária no país caribenho.

"É uma greve de fome que iniciamos na segunda-feira, 23 de maio, e estamos há mais de 72 de horas em jejum. Inicialmente começamos seis e atualmente somos dez médicos", disse à Agência Efe Miguel Cancini, um dos médicos em greve de fome no centro de saúde público.

Segundo declarou, entre os dez manifestantes se encontram duas mulheres e o presidente da Federação Médica Venezuelana, Douglas León, que manterá o jejum por pelo menos 12 horas.

Cancini explicou que a medida foi tomada depois de três meses de protestos exigindo às autoridades sanitárias e governamentais que atendam a situação que assola o setor saúde do país caribenho.

Especificamente, "a falta de materiais, a carência que temos, porque não contamos com os requerimentos mínimos" para poder prestar os serviços, denunciou.

O médico garantiu que, apesar das reiteradas reivindicações que fizeram às autoridades locais e nacionais, não receberam nenhuma resposta.

A reivindicação de Cancini coincide com a de vários dirigentes da oposição venezuelana que reivindicam das autoridades a ajuda oferecida por algumas organizações internacionais e vários países para aliviar a crise de remédios e materiais médicos.

"Ao senhor (presidente da Venezuela) Nicolás Maduro Mouros pedimos que aceite a ajuda humanitária; atualmente os pacientes estão morrendo por falta de soluções para hidratar", afirmou Cancini.

A Assembleia Nacional discutiu hoje a situação destes médicos e aprovou um acordo no qual se solidarizam com os profissionais de saúde desse hospital e se designa uma comissão que visitará o centro de saúde.

Em janeiro deste ano, o parlamento declarou uma "crise humanitária de saúde" pela escassez de remédios que existe no país, ao mesmo tempo em que instou o Executivo a solicitar ajuda humanitária.

Esta decisão foi rejeita pela bancada governista por considerá-la um convite à intervenção estrangeira.