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Equipes de resgate em Amatrice seguem buscando desaparecidos no Hotel Roma

27/08/2016 16h40

Laura Serrano-Conde.

Amatrice (Itália), 27 ago (EFE).- Os serviços de resgate em Amatrice, marco zero do terremoto de quarta-feira no centro da Itália, já deram por concluída a busca de sobreviventes e agora trabalham na recuperação dos últimos corpos, com maior intensidade no Hotel Roma.

O porta-voz do corpo de bombeiros, Luca Cari, disse à Agência Efe que os serviços operativos nesta cidade da província de Rieti ainda continuam "trabalhando na busca dos últimos desaparecidos", embora já sem esperança de encontrar pessoas com vida.

Além disso, confirmou que hoje foram recuperados "os corpos de um casal, uma menina e um menino dentre as ruínas do Hotel Roma" e afirmou que ainda há outros três corpos sob os escombros deste histórico estabelecimento, que são difíceis de extrair pela instabilidade da região e o risco de novos desabamentos.

O número de corpos sob os destroços deste hotel pode aumentar porque ainda há uma parte que não foi monitorada.

O edifício é uma construção do final do século XIX que se encontrava perto da prefeitura da cidade e que ficou em ruínas.

O prédio estava no centro histórico, precisamente a área mais devastada pelo terremoto, e sob ele teme-se que possa haver um grande número de desaparecidos.

O número oficial provisório de mortos pelo terremoto que assolou na quarta-feira o centro da Itália já subiu para 291, segundo a última apuração anunciada hoje pela Defesa Civil italiana.

Até agora, portanto, 230 pessoas morreram em Amatrice, 11 em Accumoli e 50 em Arquata.

Além de buscar os últimos corpos, Cari ressaltou que os soldados também se empenham em readquirir os possíveis objetos pessoais dos vivos que não tenham sofrido danos como consequência do terremoto.

"Finalizada a fase da busca (de pessoas com vida), começa outra fase. Desde hoje começamos a dar assistência à população para recuperar os remédios e os bens de primeira necessidade" dos sobreviventes, destacou.

Cari reconheceu ainda que este é um momento "delicado" e "importante para a população", porque, ao recuperar e devolver os objetos pessoais às pessoas que sobreviveram ao terremoto, estes "voltam a ter contato com sua antiga vida".

Enquanto isso, as autoridades italianas continuam retirando os destroços da cidade de Amatrice, mas a conclusão dos trabalhos está ainda longe, segundo Cari.

A Defesa Civil se centra, de forma paralela, em encontrar soluções para os evacuados que hoje passarão sua quarta noite sem casa em acampamentos habilitados nos quais recebem comida, bebida e cobertores.

Por sua vez, o governo já fala da ativação de planos de reconstrução de Amatrice, enquanto os afetados pedem que o processo seja "veloz".

Outra das emergências imediatas é encontrar uma alternativa para que as crianças que perderam sua escola possam iniciar o ano letivo nas próximas semanas, como hoje confirmou o primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, aos prefeitos das localidades afetadas pelo terremoto.

Renzi faltou sobre este tema com os prefeitos durante o primeiro funeral de Estado das 291 vítimas que foi celebrado na província de Ascoli Piceno perante os caixões com 35 dos mortos.

Nesta cerimônia esteve presente também o presidente da República, Sergio Mattarella, além de familiares, amigos, vizinhos e conhecidos das vítimas.