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Autor de massacre em Orlando disse que EUA tinham que parar ataques na Síria

23/09/2016 18h36

Miami, 23 set (EFE).- Omar Mateen, que em junho matou 49 pessoas ao causar um tiroteio em uma boate voltada ao público gay de Orlando, disse ao negociador da polícia antes de morrer que os Estados Unidos tinham que parar os bombardeios na Síria e no Iraque, segundo as transcrições das conversas telefônicas divulgadas nesta sexta-feira.

A polícia de Orlando divulgou novas transcrições das ligações realizadas por Mateen, de 29 anos e de origem afegã, à linha de emergências 911 enquanto fazia reféns na boate Pulse no dia 12 de junho.

"Tem que dizer aos Estados Unidos que parem de bombardear a Síria e o Iraque. Estão matando muita gente inocente", disse Mateen ao negociador em uma das ligações.

Na primeira, o atirador diz seu nome, informa que está em Orlando, se responsabiliza pelo tiroteio e jura lealdade a Abu Bakr al-Baghdadi, líder do grupo terrorista Estado Islâmico.

Em uma segunda ligação, quase dez minutos depois, o jihadista americano interrompe o negociador que tentava acalmá-lo e diz a ele que "precisa parar os ataques aéreos dos Estados Unidos".

Pouco depois, relaciona sua atividade na Pulse com o atentado perpetrado por Tamerlan Tsarnaev na maratona de Boston em 2013, que deixou três mortos e 260 feridos.

"Meu amigo Tamerlan Tsarnaev fez o seu na maratona de Boston, agora é a minha vez, de acordo?, diz ao negociador, ao se autodenominar "soldado islâmico" em seguida.

Mateen afirma depois que nos dias seguintes ocorreriam mais "ações deste tipo" e que seriam realizadas em "nome do Estado Islâmico".

Na última conversa, que durou cerca de três minutos, Mateen insistiu que é preciso "parar os ataques aéreos" e, após as tentativas do negociador para que saísse do local e explicasse seus pontos de vista, encerrou a ligação.

Matteen morreu pouco depois em um tiroteio com as forças de segurança que entraram na boate para libertar os reféns.

As autoridades de Orlando ainda não divulgaram as outras partes gravadas na noite do massacre, apesar de mais de 20 veículos de imprensa terem entrado na justiça em conjunto em junho para solicitar acesso a essas conversas.