EUA estão "a ponto de suspender" diálogo com Rússia sobre a Síria, diz Kerry
(Atualiza com conversa por telefone entre Kerry e Lavrov).
Washington, 29 set (EFE).- Os Estados Unidos estão "a ponto de suspender seu diálogo" com a Rússia para impulsionar um cessar-fogo e um processo de paz na Síria, porque é "irracional" mantê-lo perante a atual ofensiva em Aleppo, afirmou nesta quinta-feira o secretário de Estado americano, John Kerry.
"Estamos a ponto de suspender o diálogo porque é irracional, no contexto do tipo de bombardeio que está acontecendo, estar ali sentados tentando levar as coisas a sério", comentou Kerry em um discurso no Fórum de Ideias de Washington.
"Não há nenhuma noção nem indicação de que haja seriedade (por parte dos russos). Este é um dos momentos nos quais vamos considerar alternativas", acrescentou Kerry.
Em uma conversa por telefone nesta quarta-feira, Kerry já havia ameaçado o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, com a suspensão da cooperação se Moscou não atuasse para acabar com a ofensiva do regime sírio na cidade de Aleppo e restaurar a cessação de hostilidades.
"Deixamos claro que nesta situação não é possível estar cooperando e que temos que ver uma mudança", comentou hoje Kerry, que se mostrou pouco otimista sobre a possibilidade que esse ultimato surta efeito.
Kerry voltou a falar hoje por telefone com Lavrov "para continuar sua conversa sobre a situação em Aleppo e a fragilidade do acordo" para o cessar-fogo, informou o porta-voz do Departamento de Estado, John Kirby, em sua entrevista coletiva diária.
O porta-voz assegurou que os Estados Unidos "estão preparados para realizar essa suspensão" da cooperação bilateral e estão "em consultas dentro do governo" sobre como fazê-lo.
Perante o aparente fracasso da cooperação com a Rússia, o presidente americano, Barack Obama, pediu a seu governo que lhe apresente novas "opções" para fazer frente ao conflito na Síria, segundo disse hoje o "número dois" de Kerry, o subsecretário de Estado, Anthony Blinken.
Esse funcionário se referia assim ao famoso "plano B" que o governo de Obama assegurou durante meses ter preparado no caso que fracassassem os esforços diplomáticos para acabar com o conflito na Síria, e sobre o qual nunca deram detalhes.
A suspensão da cooperação com a Síria implicaria na dissolução da equipe técnica que os Estados Unidos têm em Genebra para coordenar a comunicação com a Rússia no relativo aos esforços para restaurar a cessação de hostilidades na Síria.
Também fecharia a porta ao estabelecimento do Centro de Implementação Conjunta, um mecanismo com o qual EUA e Rússia planejavam se coordenar para atacar unidos o Estado Islâmico (EI) e Al Nusra na Síria, uma vez que se assegurasse o cumprimento da trégua e da entrega de ajuda humanitária durante uma semana.
Kerry destacou ainda a "enorme desconfiança" da Rússia em relação aos Estados Unidos, em particular sua incredulidade a respeito de que Washington esteja verdadeiramente comprometido a combater os terroristas de Al Nusra.
Por fim, Kerry condenou os bombardeios "indiscriminados" em Aleppo, que mataram pelo menos "4.000 civis", e disse que os ataques lançados pela Rússia em apoio a Assad estão "contra as leis da guerra, da decência e de toda moralidade".
Washington, 29 set (EFE).- Os Estados Unidos estão "a ponto de suspender seu diálogo" com a Rússia para impulsionar um cessar-fogo e um processo de paz na Síria, porque é "irracional" mantê-lo perante a atual ofensiva em Aleppo, afirmou nesta quinta-feira o secretário de Estado americano, John Kerry.
"Estamos a ponto de suspender o diálogo porque é irracional, no contexto do tipo de bombardeio que está acontecendo, estar ali sentados tentando levar as coisas a sério", comentou Kerry em um discurso no Fórum de Ideias de Washington.
"Não há nenhuma noção nem indicação de que haja seriedade (por parte dos russos). Este é um dos momentos nos quais vamos considerar alternativas", acrescentou Kerry.
Em uma conversa por telefone nesta quarta-feira, Kerry já havia ameaçado o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, com a suspensão da cooperação se Moscou não atuasse para acabar com a ofensiva do regime sírio na cidade de Aleppo e restaurar a cessação de hostilidades.
"Deixamos claro que nesta situação não é possível estar cooperando e que temos que ver uma mudança", comentou hoje Kerry, que se mostrou pouco otimista sobre a possibilidade que esse ultimato surta efeito.
Kerry voltou a falar hoje por telefone com Lavrov "para continuar sua conversa sobre a situação em Aleppo e a fragilidade do acordo" para o cessar-fogo, informou o porta-voz do Departamento de Estado, John Kirby, em sua entrevista coletiva diária.
O porta-voz assegurou que os Estados Unidos "estão preparados para realizar essa suspensão" da cooperação bilateral e estão "em consultas dentro do governo" sobre como fazê-lo.
Perante o aparente fracasso da cooperação com a Rússia, o presidente americano, Barack Obama, pediu a seu governo que lhe apresente novas "opções" para fazer frente ao conflito na Síria, segundo disse hoje o "número dois" de Kerry, o subsecretário de Estado, Anthony Blinken.
Esse funcionário se referia assim ao famoso "plano B" que o governo de Obama assegurou durante meses ter preparado no caso que fracassassem os esforços diplomáticos para acabar com o conflito na Síria, e sobre o qual nunca deram detalhes.
A suspensão da cooperação com a Síria implicaria na dissolução da equipe técnica que os Estados Unidos têm em Genebra para coordenar a comunicação com a Rússia no relativo aos esforços para restaurar a cessação de hostilidades na Síria.
Também fecharia a porta ao estabelecimento do Centro de Implementação Conjunta, um mecanismo com o qual EUA e Rússia planejavam se coordenar para atacar unidos o Estado Islâmico (EI) e Al Nusra na Síria, uma vez que se assegurasse o cumprimento da trégua e da entrega de ajuda humanitária durante uma semana.
Kerry destacou ainda a "enorme desconfiança" da Rússia em relação aos Estados Unidos, em particular sua incredulidade a respeito de que Washington esteja verdadeiramente comprometido a combater os terroristas de Al Nusra.
Por fim, Kerry condenou os bombardeios "indiscriminados" em Aleppo, que mataram pelo menos "4.000 civis", e disse que os ataques lançados pela Rússia em apoio a Assad estão "contra as leis da guerra, da decência e de toda moralidade".
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