África do Sul se despede de Ahmed Kathrada, ícone da luta contra o apartheid
Johanesburgo, 29 mar (EFE).- Centenas de sul-africanos de todas as raças e que foram seus companheiros na luta contra o apartheid se despediram nesta quarta-feira na capital Johanesburgo do veterano ativista contra o regime segregacionista Ahmed Kathrada, que morreu na segunda-feira aos 87 anos.
Entre os presentes ao enterro no cemitério de Westpark estavam a viúva de Nelson Mandela, Graça Machel, e a segunda esposa do falecido presidente sul-africano, Winnie Madikizela-Mandela.
Kathrada, que dividiu cela com Mandela durante seus anos de encarceramento em Robben Island, foi lembrado por seu compromisso inquebrantável com a justiça e sua beligerância contra o racismo em um país marcado pela discriminação institucionalizada como a África do Sul.
Um dos momentos mais emotivos do funeral foi protagonizado pelo ex-presidente da África do Sul, Kgalema Motlanthe, que leu a carta em que Kathrada pediu ao atual presidente do país, Jacob Zuma, com quem também dividiu uma cela na prisão, que renunciasse pelo bem do país e de seu partido.
"Se eu estivesse na pele do presidente, renunciaria com efeito imediato", diz uma das passagens da carta, escrita há quase um ano e na qual Kathrada lembra os casos de corrupção e abuso de poder envolvendo o presidente.
A leitura da carta, que Zuma jamais respondeu, foi recebida com gritos contra o presidente por boa parte dos presentes, entre os quais se encontravam o atual ministro das Finanças, o vice-presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, e outros integrantes de peso do governo críticos com Zuma.
Militante do Partido Comunista desde a sua adolescência, Kathrada se uniu anos depois ao Congresso Nacional Africano (CNA), que hoje é presidido por Zuma, e passou 26 anos atrás das grades por suas atividades contra o regime do apartheid.
Após deixar a prisão em 1989, Kathrada foi parlamentar pelo CNA e assessorou Mandela durante sua presidência. Depois, o ativista se dedicou a promover campanhas pela justiça social e contra o racismo à frente da fundação que leva seu nome.
Kathrada morreu por complicações surgidas em uma cirurgia cerebral, após passar três semanas internado em um hospital de Johanesburgo.
Conhecido por sua modéstia e excelente educação, Kathrada era uma das figuras morais de maior prestígio e presença na vida pública sul-africana.
Era casado com a ex-ministra e veterana da resistência contra o apartheid Barbara Hogan, que esteve no enterro junto com outro integrante histórico do CNA, Andrew Mlangeni.
Mlangeni tem agora 91 anos e foi, ao lado de Kathrada e Mandela, um dos condenados à prisão perpétua no julgamento de 1964, no qual a Justiça sul-africana os declarou culpados de terrorismo por terem fundado o braço armado do CNA.
Entre os presentes ao enterro no cemitério de Westpark estavam a viúva de Nelson Mandela, Graça Machel, e a segunda esposa do falecido presidente sul-africano, Winnie Madikizela-Mandela.
Kathrada, que dividiu cela com Mandela durante seus anos de encarceramento em Robben Island, foi lembrado por seu compromisso inquebrantável com a justiça e sua beligerância contra o racismo em um país marcado pela discriminação institucionalizada como a África do Sul.
Um dos momentos mais emotivos do funeral foi protagonizado pelo ex-presidente da África do Sul, Kgalema Motlanthe, que leu a carta em que Kathrada pediu ao atual presidente do país, Jacob Zuma, com quem também dividiu uma cela na prisão, que renunciasse pelo bem do país e de seu partido.
"Se eu estivesse na pele do presidente, renunciaria com efeito imediato", diz uma das passagens da carta, escrita há quase um ano e na qual Kathrada lembra os casos de corrupção e abuso de poder envolvendo o presidente.
A leitura da carta, que Zuma jamais respondeu, foi recebida com gritos contra o presidente por boa parte dos presentes, entre os quais se encontravam o atual ministro das Finanças, o vice-presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, e outros integrantes de peso do governo críticos com Zuma.
Militante do Partido Comunista desde a sua adolescência, Kathrada se uniu anos depois ao Congresso Nacional Africano (CNA), que hoje é presidido por Zuma, e passou 26 anos atrás das grades por suas atividades contra o regime do apartheid.
Após deixar a prisão em 1989, Kathrada foi parlamentar pelo CNA e assessorou Mandela durante sua presidência. Depois, o ativista se dedicou a promover campanhas pela justiça social e contra o racismo à frente da fundação que leva seu nome.
Kathrada morreu por complicações surgidas em uma cirurgia cerebral, após passar três semanas internado em um hospital de Johanesburgo.
Conhecido por sua modéstia e excelente educação, Kathrada era uma das figuras morais de maior prestígio e presença na vida pública sul-africana.
Era casado com a ex-ministra e veterana da resistência contra o apartheid Barbara Hogan, que esteve no enterro junto com outro integrante histórico do CNA, Andrew Mlangeni.
Mlangeni tem agora 91 anos e foi, ao lado de Kathrada e Mandela, um dos condenados à prisão perpétua no julgamento de 1964, no qual a Justiça sul-africana os declarou culpados de terrorismo por terem fundado o braço armado do CNA.
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