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Irmão e filho do presidente de Guatemala serão julgados por fraude

27/05/2017 03h59

Guatemala, 27 mai (EFE).- José Manuel e Samuel Morales, filho e irmão, respectivamente, do presidente de Guatemala, Jimmy Morales, serão julgados por um caso no qual se investigam supostas licitações irregulares que representaram uma fraude ao Estado no ano de 2013.

A juíza encarregada do caso, Silvia de León, decidiu na sexta-feira que ambos, que estavam em prisão domiciliar desde fevereiro deste ano, sejam submetidos a um julgamento público pelo delito de fraude, e absolveu o irmão do governante pelo de lavagem de dinheiro.

José Manuel Morales Marroquín, de 23 anos, e Samuel Morales foram detidos depois que no dia 18 de janeiro um tribunal de Guatemala os processou por seu envolvimento em três licitações irregulares no Registro Geral da Propriedade (RGP), no valor equivalente a cerca de US$ 26 mil.

Silvia encontrou indícios suficientes para julgar ambos e durante sua argumentação disse ao filho do presidente que na vida se cometem "grandes erros", mas que não entende como "se deixou surpreender" e como pôde "se envolver inclusive na empresa de seu tio".

"Eu não estou lhe dizendo, José Manuel, que o senhor recebeu esse dinheiro", disse a juíza ao filho do presidente, embora tenha lhe advertido que com a administração pública "não se brinca".

Segundo a investigação, José Manuel e Samuel não se beneficiaram economicamente das três compras realizadas de maneira irregular, mas fizeram um "favor ilícito" para beneficiar o ex-sogro do filho do governante, Mario Estuardo Orellana López, que também foi enviado a julgamento por lavagem de dinheiro.

Por esta causa, a juíza Silvia, titular do Sexto Juizado de Primeira Instância Penal, também enviou para julgamento, por fraude tributária, Abdy Estrada de Orellana, mãe da ex-namorada de José Manuel Morales.

Esses três atos irregulares foram descobertos pelas autoridades durante uma investigação que revelou que entre janeiro de 2012 e maio de 2015 se autorizou a assinatura de 16 contratos trabalhistas irregulares no RGP, conhecidos como "praças fantasmas" (fictícias), os quais receberam mais de 3 milhões de quetzais (cerca de US$ 400 mil) como pagamento por um trabalho não realizado.