Topo

Autor de tiroteio nos EUA havia abandonado medicação contra esquizofrenia

28/09/2017 23h05

Miami (EUA), 28 set (EFE).- O ex-militar de origem porto-riquenha Esteban Santiago, acusado do ataque ocorrido no último mês de janeiro no aeroporto de Fort Lauderdale, nos Estados Unidos, no qual morreram cinco pessoas, deixou de tomar sua medicação prescrita contra a esquizofrenia, afirmaram nesta quinta-feira seus advogados.

O acusado, que se declarou inocente das 22 acusações que enfrenta, começou a espaçar as doses e depois a deixar de tomar os remédios prescritos na prisão contra a esquizofrenia devido às terríveis "dores" e efeitos colaterais que lhe acarretavam, informou o jornal local "Sun Sentinel".

Seus advogados defendem que, no entanto, o acusado se encontra mentalmente capaz para enfrentar o processo judicial que começará no próximo mês de janeiro, de acordo com o jornal.

Santiago, de origem porto-riquenha, chegou no último dia 6 de janeiro a Fort Lauderdale, ao norte de Miami, vindo de Anchorage (Alasca), recolheu sua bagagem e tirou de uma bolsa uma arma semiautomática com a qual disparou contra pessoas que esperavam suas malas em uma sala, segundo mostraram os vídeos das câmeras de segurança.

Cinco pessoas foram mortas pelos disparos de Santiago, que foi detido sem opor resistência poucos minutos e depois se declarou inocente das acusações, nenhuma delas relacionadas com terrorismo.

O ex-militar, que esteve destinado no Iraque dois anos e tem antecedentes de transtornos psicológicos, compareceu esta quinta-feira em um juizado federal em Miami.

Os advogados do acusado assinalaram que o furacão "Maria", que devastou Porto Rico e mantém às escuras uma boa parte da ilha, poderia afetar a preparação da sua defesa, devido à impossibilidade de contatar potenciais testemunhas que residem no local de origem de Santiago.

Em março, a juíza Beth Bloom determinou que Santiago está "mentalmente doente", mas que não é incompetente para enfrentar um julgamento e ajudar em sua defesa.

Até o momento, a promotoria não encontrou evidência que o ataque que realizou estivesse relacionado com o Estado Islâmico (EI), apesar de o acusado, em uma das suas primeiras versões, ter dito que atuou inspirado por esse grupo terrorista.