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Argentinos começam a votar em eleições decisivas para Cristina e Macri

Mauricio Macri, presidente da Argentina - Reuters
Mauricio Macri, presidente da Argentina Imagem: Reuters

22/10/2017 10h09

As seções eleitorais da Argentina abriram suas portas neste domingo (22) para o início do primeiro pleito legislativo desde a chegada de Maurício Macri ao poder, uma eleição que renovará um terço do Senado e a metade da Câmara dos Deputados e que também é decisiva para a ex-presidente Cristina Kirchner.

Cerca de 33 milhões de argentinos estão aptos ir às urnas. Serão eleitos 127 deputados para mandatos de quatro anos e 24 senadores para um período de seis anos.

Com o objetivo de garantir a segurança, o governo da Argentina montou um esquema de segurança com 106 mil agentes.

O secretário de Assuntos Políticos do Ministério do Interior, Adrián Pérez, não descartou a possibilidade de haver ameaça de bombas nos locais de votação, já que, entre setembro e outubro, foram realizadas 3 mil ligações avisando sobre incidentes semelhantes em escolas, que eram evacuadas de forma preventiva.

Pérez revelou que o governo montou um procedimento especial caso isso ocorra hoje. A seção eleitoral será esvaziada para que as forças de segurança façam uma vistoria completa e descartem a hipótese de bomba. Depois, caso não haja explosivo, os mesários voltam a atuar normalmente no pleito.

Os primeiros resultados serão divulgados por volta das 21h locais (22h em Brasília). O voto é obrigatório para todas as pessoas maiores de 18 anos. Jovens de 16 e 17 anos podem escolher votar.

A reta final da campanha foi marcada pelo caso de Santiago Maldonado, um homem de 28 anos que desapareceu no início de agosto quando participava de uma manifestação de uma comunidade indígena que foi reprimida pelas forças de segurança. O corpo dele foi achado na terça-feira em um rio, perto de onde ocorreu o protesto.

Apesar disso, os aliados de Macri chegam como favoritos às eleições após as primárias de agosto, quando obtiveram cerca de 35% dos votos em nível nacional, vencendo até em locais historicamente considerados como peronistas.

Além disso, as últimas pesquisas na província de Buenos Aires, o maior distrito eleitoral do país, indicam vitória de Esteban Bullrich, candidato de Macri, contra a ex-presidente Cristina Kirchner, que venceu as primárias por apenas 0,21%.

Apesar de muitos verem o resultado como um fracasso para Cristina, ela ficará com uma das vagas de Buenos Aires para o Senado e voltará à política, podendo se estabelecer ainda mais como uma das principais lideranças de oposição ao atual presidente.