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Egito bombardeia terroristas após ataque contra mesquita que matou mais de 300

Ferido é carregado para hospital após ataque à mesquita - AFP Photo - AFP Photo
Ferido é carregado para hospital após ataque à mesquita
Imagem: AFP Photo

No Cairo

25/11/2017 06h06

O Egito começou neste sábado um luto nacional de três dias pelo massacre ocorrido ontem contra uma mesquita frequentada por sufis em uma pequena cidade no norte da península do Sinai, considerado como o pior atentado terrorista na história recente do país.

O atentado, que ainda não foi reivindicado por nenhum grupo extremista, fez 305 mortos, incluindo 27 crianças, segundo um novo balanço fornecido neste sábado (25) pelo procurador-geral em um comunicado transmitido pela televisão estatal.

As Forças Armadas do país começaram nesta madrugada a bombardear posições terroristas e destruíram "um número de veículos utilizados no ataque terrorista" na mesquita Al Rauda, localizada em Bear al Abd, a oeste da cidade de Al Arish, capital da província de Sinai do Norte.

"Como parte da perseguição dos elementos terroristas responsáveis de atacar fiéis da mesquita Al Rauda, a aviação teve como alvo elementos terroristas e destruiu um número de veículos que realizaram o ataque terrorista", afirmou em comunicado o porta-voz das Forças Armadas, Tamer al Rifai.

Massacre após orações

Através de um comunicado a União das Tribos do Sinai disse que os terroristas fecharam "as portas da mesquita e mataram todos os que rezavam", e depois, quando chegaram as ambulâncias no local, "um grupo escondido de terroristas disparou e fugiu".

Uma fonte de segurança disse à Agência Efe que os atacantes colocaram bombas caseiras ao redor da mesquita frequentada por sufis e fizeram as detonações durante a saída dos fiéis da oração de sexta-feira, dia sagrado para os muçulmanos.

Sangue na mesquita - Mohamed Soliman/Reuters - Mohamed Soliman/Reuters
Imagem: Mohamed Soliman/Reuters


Após as explosões, os terroristas começaram a disparar contra os fiéis que tentavam fugir da mesquita, relatou a fonte, confirmando que as primeiras ambulâncias que chegaram ao local também foram atacadas pelos extremistas.

Poucas horas depois do atentado, o presidente egípcio, Abdul Fatah al Sisi, prometeu em um discurso transmitido pela televisão estatal que as Forças Armadas e a polícia "vingarão nossos filhos para recuperar a estabilidade, e vamos responder este ato com uma força brutal".



Na província do Sinai do Norte, onde está vigente desde 2014 o estado de emergência, opera o braço egípcio do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), chamado Wilayat Sina, que reivindicou a maioria dos atentados ocorridos nos últimos anos no país.

Desde o dezembro do ano passado, o Egito viveu uma série de atentados contra os cristãos coptas e o país se encontra em estado de emergência desde abril por conta dos atentados contra duas igrejas coptas no delta do Nilo.