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Seul acredita que Pyongyang poderia concluir seu programa nuclear em 2018

28/11/2017 09h47

Seul, 28 nov (EFE).- O ministro de Unificação da Coreia do Sul, Cho Myoung-gyon, disse nesta terça-feira que o regime de Pyongyang poderia anunciar no próximo ano que concluiu com sucesso seu programa nuclear e de mísseis, tendo em vista os avanços que está colhendo neste terreno.

"Os especialistas acreditam que a Coreia do Norte pode demorar dois ou três anos para completar seu programa, mas eles já surpreenderam antes com a rapidez dos seus avanços, razão pela qual não seria raro que em 2018 anunciassem que o arremataram com sucesso", disse Cho em entrevista coletiva no Clube de Correspondentes Estrangeiros de Seul.

O ministro argumentou que o ano que vem é, além disso, uma data perfeita para o regime, pois em setembro se comemora o 70º aniversário da fundação da Coreia do Norte.

A respeito do mencionado programa armamentista, Cho destacou o fato de que o regime está há mais de dois meses sem realizar nenhum teste e que isso pode representar um bom sinal para iniciar o diálogo.

"No entanto, embora estejam há mais de 70 dias sem realizar nenhuma provocação, ainda não realizaram nenhum gesto que ajude a avançar na resolução da questão nuclear - que para Seul e seus aliados representa a desnuclearização de Pyongyang - ou a melhorar as relações entre o Norte e o Sul", esclareceu Cho.

A respeito da paralisação de Pyongyang para realizar testes de armas, o ministro considerou múltiplas possibilidades, entre elas a da "estacionalidade", já que historicamente o exército norte-coreano faz poucos lançamentos no final de ano, época na qual está concentrado em realizar suas manobras invernais.

"Outro fator é a sua necessidade de aperfeiçoar sua tecnologia existente, como a de reentrada (a tecnologia que permite a mísseis de longo alcance suportar a reentrada atmosférica sem desintegrar-se). Querem demonstrar ao mundo que são capazes no terreno nuclear e para isso precisam de resultados", opinou Cho.

Outra possibilidade ventilada pelo ministro para explicar o silêncio de Pyongyang após um ano de contínuos testes é que o líder Kim Jong-un esteja dedicando mais recursos ao crescimento da economia.

Cho também não descartou que as últimas manobras realizadas por Coreia do Sul e Estados Unidos, que incluíram o desdobramento de ativos estratégicos - incluídos três porta-aviões nucleares -, tenham assustado ao fechado país vizinho.