Erdogan acusa Israel de ser "Estado terrorista e opressor"

Ancara, 10 dez (EFE).- O presidente da Turquia, o islamita Recep Tayyip Erdogan, acusou Israel neste domingo de ser "um Estado terrorista e opressor" pelo que qualificou como "reação desproporcional" aos protestos palestinos realizados após o anúncio dos Estados Unidos de reconhecer Jerusalém como capital israelense, informou o jornal "Hürriyet".

"Vejam como soldados israelenses levam um jovem de 14 anos com os olhos vendados. Não vamos deixar Jerusalém nas mãos de um país que mata crianças", disse Erdogan em discurso perante militantes do governante partido AKP em Sivas, na Anatólia Central.

No passado, o presidente turco já tinha feito acusações similares contra Israel, um país que durante décadas foi um aliado próximo da Turquia.

No entanto, em 2010, o ataque israelense à chamada "Flotilha da Liberdade" para a Faixa de Gaza, que resultou na morte de 10 ativistas turcos, causou uma grave crise nas relações entre ambos países, que não foram restabelecidas totalmente até 2016.

Perante a possibilidade de que os Estados Unidos reconheceriam Jerusalém como capital, Erdogan já havia ameaçado no começo desta semana romper as relações diplomáticas com Israel.

No entanto, o governo turco e o próprio Erdogan se limitaram até agora a criticar com dureza a decisão dos EUA, que consideram "sem valor algum", segundo disse o próprio presidente hoje no seu discurso, segundo o site do "Hürriyet".

Istambul registrou na sexta-feira e no sábado grandes manifestações contra os Estados Unidos e também contra Israel.

O exército israelense reprimiu nos últimos dias vários grandes protestos na Cisjordânia ocupada e respondeu com sua aviação ao disparo de três foguetes lançados de Gaza, controlada pelo movimento islamita Hamas, que deixaram quatro mortos e centenas de feridos. EFE

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