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Presidente iemenita qualifica de "golpe" conflitos entre ex-aliados em Aden

29/01/2018 16h24

Sana, 29 jan (EFE).- O presidente do governo do Iêmen, Abdrabuh Mansour Hadi, disse nesta segunda-feira que os separatistas do sul do Iêmen estão promovendo um "verdadeiro golpe" na cidade de Aden, capital provisória do Executivo, onde os antigos aliados se enfrentam desde ontem.

Em discurso durante uma reunião em Riad (Arábia Saudita), ele afirmou que é "inaceitável usar armas para fazer projetos políticos e qualquer agressão à legitimidade e suas instituições é um verdadeiro golpe", de acordo com a agência oficial de notícias, "Saba".

A agência apontou que Hadi qualificou os separatistas de "traficantes de armas de inocentes", e insistiu que o conselho transicional do sul, liderado pelo ex-governador de Aden, Aidarus al-Zoubaidi, está tomando passos de "golpistas" e de "rebelião armada" e estão fazendo "uma atuação absurda", que deve ser rejeitada.

O presidente determinou que as unidades militares e de segurança assumam a responsabilidade de "preservar a segurança e estabilidade de Aden e nas províncias libertadas", em referência às localidades que estão no sul do país e que foram recuperadas pelo governo - com o apoio da coalizão árabe - do controle dos rebeldes xiitas houthis - apoiados pelo Irã.

Esta é a primeira reação de Hadi sobre o que está ocorrendo em Aden, depois de terminar ontem o prazo dado pelo dirigente às milícias separatistas para que reformassem o governo do premier iemenita, Ahmed Obeid bin Daghr, se não quisessem que as suas milícias se amassem contra ele.

A coalizão árabe, comandada pela Arábia Saudita e cuja sede se encontra em Riad, pediu calma às partes em conflito hoje e que concentrem todos os esforços para combater os rebeldes. As forças governamentais e os separatistas combatiam os houthis, que controlam a capital, Sana, e que expulsaram Hadi da cidade e fizeram com que ele se exilasse em Riad e estabelecesse o governo provisório em Aden.

No sul do Iêmen existe um movimento ativo para pedir a independência da região e formar o seu próprio Estado, depois que o Iêmen do sul desaparecer como tal em 1990 após a anexação com o norte, que seria formado pelas províncias de Aden, Lahij, Shabwah, Dalea e Hadhramaut.

O sul e o leste do Iêmen têm presença de grupos armados jihadistas, como Al Qaeda na Peninsula Arábica e o Estado Islâmico. EFE

ja/cdr