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Familiares acusam polícia mexicana de vender turistas italianos por US$ 53

27/02/2018 06h11

Guadalajara (México), 27 fev (EFE).- Os três italianos desaparecidos desde o dia 31 de janeiro, no estado de Jalisco, no México, foram vendidos por policiais ao crime organizado por 1 mil pesos (cerca de R$ 53,5), segundo denunciaram na segunda-feira os familiares do trio.

Um sujeito conhecido como Don Angel, que supostamente tem ligação com o crime organizado, teria recebido os italianos e pago por eles aos policiais do município de Tecalitlán, disse à Agência Efe, por telefone, Francesco Russo, filho de Raffaele Russo, que está desaparecido.

"(Don Angel) é o nome que saiu na audiência onde os policiais confessarem que receberam os 1 mil pesos", declarou Francesco, afirmando não saber se este sujeito era integrante deste grupo criminoso.

Quatro policiais do município de Tecalitlán, no sul de Jalisco, foram detidos depois de confessar que entregaram ao crime organizado os italianos Raffaele Russo, seu filho Antonio Russo e seu sobrinho Vincenzo Cimmino, vistos pela última vez no dia 31 de janeiro.

O secretário-geral do governo de Jalisco, Roberto López Lara, afirmou que estão procurando por três policiais municipais e vários civis que teriam participação no caso, entre eles o diretor de segurança pública de Tecalitlán, Hugo Enrique Martínez.

"Temos uma busca por três pessoas ainda, ligadas à polícia e mais outros cidadãos", disse López Lara, acrescentando que ainda não há elementos para determinar se os italianos estão vivos ou mortos.

Francesco afirmou que a família conheceu detalhes da investigação graças a pessoas que estiveram presentes nos depoimentos dos quatro policiais.

A família dos três italianos denunciou o desaparecimento do trio no dia 1º deste mês, com a suspeita que os policiais pudessem estar envolvidos no caso.

Em um comunicado, Francesco Russo pediu que as autoridades acelerem as investigações e a busca por seus parentes, além de prender o diretor da polícia de Tecalitlán, Hugo Enrique Martínez, foragido desde na semana passada, e Hilario Farías Mejía, comandante que estava trabalhando na tarde do dia 31 de janeiro.

"Peço-lhe com todo meu coração que sigam com acompanhando as investigações para uma pronta localização de nossos familiares. Queremos que eles retornem para a Itália vivos ou mortos", exigiu Francesco.

Ele pediu ao povo "honesto e trabalhador" do México que acabe com "a máfia que não nos deixam viver em paz e nem dormir tranquilos" e que sobrevive graças "à corrupção".