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Por falta de apoio, candidato à presidência da Catalunha não será eleito hoje

22/03/2018 14h06

Barcelona (Espanha), 22 mar (EFE).- O candidato à presidência da região da Catalunha Jordi Turull não será eleito para o cargo nesta quinta-feira, já que só contará, eventualmente, com o apoio de dois grupos soberanistas, mas não com o dos quatro deputados da independentista e anticapitalista Candidatura de Unidade Popular (CUP), que se absterão.

Pouco antes do plenário da posse, fontes da direção da CUP, um partido antissistema, anunciaram que seus quatro parlamentares se absterão na votação de hoje, ao término do debate, por isso Turull não chegaria à maioria absoluta.

Essa maioria consiste em 68 cadeiras das 135 da Câmara autônoma e Turull só poderia contar com 64, procedentes da Juntos pela Catalunha (centro-direita) e ERC (esquerda republicana).

A convocação do plenário de posse ocorreu com urgência, já que o presidente do Parlamento regional, Roger Torrent (ERC), o convocou na noite da quarta-feira para se adiantar ao comparecimento judicial de Turull e outros líderes independentistas, prevista para amanhã.

Um juiz do Tribunal Supremo espanhol convocou 20 dirigentes separatistas para comunicá-los que estão sendo processados com acusações como rebelião, insurreição e desvio de fundos em relação com o processo independentista ilegal.

Além disso, o juiz Pablo Llarena tem uma audiência oral com seis desses dirigentes (entre eles Turull) destinada a decidir se adotará contra eles alguma medida cautelar, incluindo a hipótese de prisão provisória.

O Tribunal Supremo espanhol decidiu manter a prisão provisória ao até ontem candidato catalão Jordi Sánchez, ao considerar que ainda há o risco de reiteração delitiva, no caso que a corte tem aberto contra o processo independentista da Catalunha.

Sánchez, número dois do JxCat, liderado por Carles Puigdemont, está em prisão provisória desde outubro do ano passado, investigado por Pablo Llarena por um suposto crime de insurreição.

O Tribunal Supremo também decidiu manter a prisão do antigo titular de Interior do Governo catalão Joaquim Forn. Ambos, que estão em prisão preventiva, recorreram esta decisão.

Durante a vista dos recursos na terça-feira passada, Sánchez anunciou ao Supremo, através de seu advogado, que estava disposto a renunciar à sua cadeira para sair em liberdade.

Além disso, disse que nunca recebeu instruções jurídicas, e portanto não pode ter cometido desobediência, que é um homem de paz e que não controlou nenhuma liderança carismática no processo independentista, como é dito nos autos que decretaram a sua prisão.

A defesa de Forn argumentou que não cabe avaliar que exista em seu caso o risco de reiteração delitiva, dado que abandonou todos os cargos políticos.