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Turquia convoca embaixadores nos EUA e Israel em protesto por mortes em Gaza

14.mai.2018 - Homem palestino caminha em meio a fumaça de pneus em chamas durante confronto com forças de Israel na cidade de Khan Yunis, na Faixa de Gaza. Palestinos protestam contra a inauguração da embaixada dos EUA em Jerusalém - Said Khatin/AFP
14.mai.2018 - Homem palestino caminha em meio a fumaça de pneus em chamas durante confronto com forças de Israel na cidade de Khan Yunis, na Faixa de Gaza. Palestinos protestam contra a inauguração da embaixada dos EUA em Jerusalém Imagem: Said Khatin/AFP

Ancara

14/05/2018 18h25

A Turquia chamou nesta segunda-feira (14) os embaixadores do país em Washington e Tel  Aviv para consultas em protesto pela morte de 58 palestinos durante as manifestações contra a mudança da embaixada dos Estados Unidos em Israel para Jerusalém.

O porta-voz do governo da Turquia, Bekir Bozdag, afirmou que os dois diplomatas voltarão para Ancara em breve. Amanhã, o parlamento do país também fará uma sessão especial sobre Jerusalém.

Além disso, o porta-voz anunciou a convocação de uma reunião de emergência da Organização da Conferência Islâmica (OCI), que reúne cerca de 50 países muçulmanos. A Turquia preside a OCI neste ano.

"O Estado terrorista de Israel e os Estados Unidos, que protegem este Estado terrorista, e todos os que os apoiam serão obrigados a deixar Jerusalém", afirmou Bozdag ao fazer o anúncio.

A Turquia também pedirá uma sessão da Assembleia Geral da ONU para discutir a mudança da embaixada americana para Jerusalém.

"Mais uma vez, os EUA estão ficando sozinhos e perderam sua qualidade de mediador para buscar a paz na região", concluiu Bozdag.

Milhares de pessoas convocadas pela organização humanitária islamita IHH foram às ruas do centro de Istambul para protestar contra a mudança da embaixada americana para Jerusalém.

Alguns manifestantes queimaram bandeiras dos EUA e de Israel durante o protesto, gritando que Jerusalém pertence aos muçulmanos.

A IHH organizou em 2010 uma missão que buscava romper o bloqueio de Israel na Faixa de Gaza. A ação terminou com a morte de dez ativistas turcos, mortos pelas forças armadas israelenses.

Poucas horas antes, Bozgad tinha chamado de "massacre" a morte de dezenas de manifestantes palestinos em Gaza. O porta-voz afirmou que os EUA têm a mesma responsabilidade que Israel pela violência.