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Justiça espanhola condena ex-tesoureiro do PP a 33 anos de prisão

28/05/2018 13h09

Madri, 28 mai (EFE).- A Audiência Nacional da Espanha determinou nesta segunda-feira a prisão imediata do ex-tesoureiro do governante Partido Popular (PP, centro-direita) Luis Bárcenas, condenado a 33 anos e quatro meses de prisão pelo esquema de corrupção conhecido como "caso Gürtel".

O órgão também ordenou 38 anos e 3 meses de prisão para o ex-prefeito de Majadahonda Guillermo Ortega e 31 anos e nove meses ao ex-conselheiro regional de Madri Alberto López Viejo, enquanto aos outros 15 condenados pelo mesmo caso, entre eles Rosalía Iglesias (15 anos de condenação), esposa de Bárcenas, a decisão será notificada na quarta-feira.

O caso Gürtel é um dos esquemas de corrupção mais relevantes dos últimos anos na Espanha. A investigação consistiu em analisar uma rede de contratos arranjados entre empresários e cargos do PP durante anos.

Na sentença, divulgada na quinta-feira passada, a Audiência Nacional também condenou o PP por lucrar com a trama e apontou um caixa 2 no partido.

A investigação analisou o período entre 1999 e 2005, no qual o Partido Popular esteve presidido primeiro por José María Aznar e depois por Mariano Rajoy, que segue à frente da formação e é chefe do Executivo espanhol.

O julgamento, que começou no final de 2016 e durou 13 meses, foi amplamente acompanhado pela imprensa espanhola e contou com a presença de diversos políticos como testemunhas, entre eles o próprio Rajoy.

O impacto da sentença provocou a reação imediata dos partidos da oposição e os socialistas apresentaram uma moção de censura contra Rajoy que será debatida no Congresso espanhol no final desta semana.

Bárcenas, que durante duas décadas foi gerente e depois tesoureiro, foi condenado a 33 anos e quatro meses de prisão pelas "mordidas" ou comissões que obteve através do esquema, quantias que, junto ao dinheiro que supostamente tirou do caixa 2 do PP, o levaram a acumular 48,2 milhões de euros em contas na Suíça.

A esposa de Bárcenas, Rosalía Iglesias, foi condenada a 15 anos e um mês por utilizar, em conivência com o cônjuge, procedimentos para ocultar a própria renda e a do seu marido, ingressando uma parte com dinheiro em contas de sua titularidade abertas tanto na Espanha como na Suíça e simulando ter obtido esse dinheiro com as vendas de quadros.