ONU realiza fórum em São Paulo sobre empoderamento da mulher no mercado
Alba Santandreu.
São Paulo, 29 ago (EFE).- O empoderamento da mulher no âmbito corporativo é o eixo central do Fórum WEPs 2018, promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU), na cidade de São Paulo, para facilitar o diálogo entre os países de América Latina, Caribe e União Europeia com o objetivo de avançar no tema.
Representantes de Estados, empresas e instituições da América Latina e do Caribe, assim como o embaixador da União Europeia no Brasil, João Gomes Cravinho, se encontraram nesta quarta-feira para debater os desafios pendentes na igualdade de gênero no mundo empresarial.
A diretora regional da ONU Mulheres para América Latina e Caribe, Luiza Carvalho, destacou os avanços da região nos âmbitos legal e jurídico, mas destacou que ainda existe um "grande déficit" por parte dos governos e do setor privado.
"Nos últimos 15 anos, vimos uma maior incorporação de mulheres ao mercado de trabalho, se comparado a outras regiões do mundo, mas foram incorporações precárias, a maioria no setor informal, ganhando menos", afirmou ela à Agência Efe.
No "Fórum WEPs 2018: Um diálogo entre países da América Latina e Caribe e a União Europeia", promovido pela ONU em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a União Europeia, foram destacados, por exemplo, países da América Latina que adotaram medidas para avançar no quesito igualdade.
A ministra da Mulher e da Igualdade de Gênero do Chile, Isabel Plá, ressaltou uma "reforma constitucional " já aprovada pela Câmara que coloca o Estado com a "obrigação" de promover a igualdade de direitos.
"A reforma, que ainda deverá passar pelo Senado, procura eliminar toda discriminação arbitrária: discriminação para acessar o mercado de trabalho, discriminação salarial ou qualquer outra que menospreze a dignidade das mulheres", sustentou a ministra.
Ela salientou também a importância das "políticas de Estado" e o "empoderamento econômico" para fazer frente à violência doméstica.
"Há uma relação muito direta entre o empoderamento econômico e a liberdade para sair do círculo de violência. No Chile, muitas mulheres permanecem em situações violentas por dependência financeira do agressor", acrescentou.
Cravinho, por sua vez, afirmou que a UE avançou em matéria de igualdade entre homens e mulheres, mas defendeu que ainda existe "um grande caminho a ser percorrido".
"Não há lugar para complacência. Devemos reconhecer o que foi feito, a situação é melhor do que há 10 ou 20 anos, mas está longe das ambições", argumentou.
Para o embaixador, as mulheres entre 30 e 45 anos na Europa "estão mais bem preparadas, mas participam menos do mercado de trabalho" devido a uma série de barreiras ainda existentes.
Conforme o Instituto Mckinsey, se as mulheres de todos os países tivessem papel idêntico ao dos homens no mercado de trabalho o PIB anual global aumentaria em 26% até 2025.
Com esse objetivo, durante o Fórum foi laçado o "Programa Regional Ganha-Ganha: Igualdade de Gênero Significa Bons Negócios", assinado por, aproximadamente, 1.800 executivos do mundo todo. Só na América Latina, 60% das mulheres estão no mercado informal e a diferença salarial é, em média, de 22%, e apenas 2% das empresas da região possuem uma mulher no cargo de diretora executiva, conforme dados divulgados hoje.
"O setor privado é um ator fundamental como agente de mudança. O programa fortalece este compromisso para a participação das mulheres nas empresas", acrescentou a diretora da ONU Mulheres para América Latina e Caribe durante o fórum, que termina amanhã.
São Paulo, 29 ago (EFE).- O empoderamento da mulher no âmbito corporativo é o eixo central do Fórum WEPs 2018, promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU), na cidade de São Paulo, para facilitar o diálogo entre os países de América Latina, Caribe e União Europeia com o objetivo de avançar no tema.
Representantes de Estados, empresas e instituições da América Latina e do Caribe, assim como o embaixador da União Europeia no Brasil, João Gomes Cravinho, se encontraram nesta quarta-feira para debater os desafios pendentes na igualdade de gênero no mundo empresarial.
A diretora regional da ONU Mulheres para América Latina e Caribe, Luiza Carvalho, destacou os avanços da região nos âmbitos legal e jurídico, mas destacou que ainda existe um "grande déficit" por parte dos governos e do setor privado.
"Nos últimos 15 anos, vimos uma maior incorporação de mulheres ao mercado de trabalho, se comparado a outras regiões do mundo, mas foram incorporações precárias, a maioria no setor informal, ganhando menos", afirmou ela à Agência Efe.
No "Fórum WEPs 2018: Um diálogo entre países da América Latina e Caribe e a União Europeia", promovido pela ONU em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a União Europeia, foram destacados, por exemplo, países da América Latina que adotaram medidas para avançar no quesito igualdade.
A ministra da Mulher e da Igualdade de Gênero do Chile, Isabel Plá, ressaltou uma "reforma constitucional " já aprovada pela Câmara que coloca o Estado com a "obrigação" de promover a igualdade de direitos.
"A reforma, que ainda deverá passar pelo Senado, procura eliminar toda discriminação arbitrária: discriminação para acessar o mercado de trabalho, discriminação salarial ou qualquer outra que menospreze a dignidade das mulheres", sustentou a ministra.
Ela salientou também a importância das "políticas de Estado" e o "empoderamento econômico" para fazer frente à violência doméstica.
"Há uma relação muito direta entre o empoderamento econômico e a liberdade para sair do círculo de violência. No Chile, muitas mulheres permanecem em situações violentas por dependência financeira do agressor", acrescentou.
Cravinho, por sua vez, afirmou que a UE avançou em matéria de igualdade entre homens e mulheres, mas defendeu que ainda existe "um grande caminho a ser percorrido".
"Não há lugar para complacência. Devemos reconhecer o que foi feito, a situação é melhor do que há 10 ou 20 anos, mas está longe das ambições", argumentou.
Para o embaixador, as mulheres entre 30 e 45 anos na Europa "estão mais bem preparadas, mas participam menos do mercado de trabalho" devido a uma série de barreiras ainda existentes.
Conforme o Instituto Mckinsey, se as mulheres de todos os países tivessem papel idêntico ao dos homens no mercado de trabalho o PIB anual global aumentaria em 26% até 2025.
Com esse objetivo, durante o Fórum foi laçado o "Programa Regional Ganha-Ganha: Igualdade de Gênero Significa Bons Negócios", assinado por, aproximadamente, 1.800 executivos do mundo todo. Só na América Latina, 60% das mulheres estão no mercado informal e a diferença salarial é, em média, de 22%, e apenas 2% das empresas da região possuem uma mulher no cargo de diretora executiva, conforme dados divulgados hoje.
"O setor privado é um ator fundamental como agente de mudança. O programa fortalece este compromisso para a participação das mulheres nas empresas", acrescentou a diretora da ONU Mulheres para América Latina e Caribe durante o fórum, que termina amanhã.
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