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Ataque de rebeldes de Uganda deixa 6 mortos na República Democrática do Congo

29/10/2018 12h06

Kinshasa, 29 out (EFE).- Uma incursão de rebeldes ugandenses da Frente Democrática Aliada (ADF, na sigla em inglês) no nordeste da República Democrática do Congo, resultou na morte de seis pessoas e no sequestro de outras duas, informaram nesta segunda-feira à Agência Efe testemunhas do ataque.

A ação dos rebeldes ocorreu no domingo em Mangboko, um distrito do território de Beni, na província do Kivu do Norte, que sofre com uma grave epidemia de ebola, segundo denunciaram moradores da região.

"Temos do nosso lado as Forças Armadas (da República Democrática do Congo, conhecidas pela sigla em francês FARDC), mas, curiosamente, quando caiu a noite, a ADF pôde agir e matar. Sequestraram dois civis depois de assassinarem outros seis", explicou à Efe o coordenador da sociedade civil de Beni, Kizito Bin Hangi, em conversa por telefone.

Segundo Bin Hangi, entre os mortos há três mulheres e três homens, todos civis.

Além disso, os rebeldes incendiaram duas casas e saquearam um depósito de óleo.

Apesar da presença das forças armadas congolesas e da missão da ONU na República Democrática do Congo (Monusco), os ataques de rebeldes ugandenses, uma organização armada que nasceu como insurgência contra o governo de Uganda, não cessaram e causaram dezenas de mortes apenas no último mês.

A ADF começou sua campanha de violência em 1996 no distrito de Kasese, no oeste de Uganda, e depois se expandiu para várias regiões próximas da fronteira com a República Democrática do Congo.

O grupo rebelde é uma das organizações armadas que continuam atuando na República Democrática do Congo após o desarmamento em novembro de 2014 da facção insurgente M23, que chegou a controlar boa parte da região.

Mais de 500 pessoas foram assassinadas na região entre junho e novembro de 2017, e outras mil foram sequestradas, segundo dados da organização Human Rights Watch (HRW).

Além disso, Kivu do Norte, junto com a província de Ituri, vive desde 1º de agosto a pior epidemia de ebola registrada no país há uma década, que já provocou 170 mortes prováveis - das quais 135 foram confirmadas em laboratório - em 267 casos.