Netanyahu diz que Israel "se protegerá" após EUA se retirarem da Síria
Jerusalém, 19 dez (EFE).- O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanayahu, afirmou nesta quarta-feira que respeita a decisão dos Estados Unidos de retirarem as tropas da Síria e alertou que Israel "se protegerá" diante da nova situação.
"Esta é, certamente, a decisão dos Estados Unidos. Israel defenderá sua segurança para se proteger nesta frente", declarou em comunicado.
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O governo americano anunciou mais cedo a intenção de retirar imediatamente da Síria os dois mil soldados que combatem o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) no país.
Netanyahu revelou que na segunda-feira conversou por telefone com o presidente dos EUA, Donald Trump, e o secretário de Estado, Mike Pompeo, sobre esta decisão.
"O governo americano me informou sobre a intenção do presidente de retirar as suas tropas da Síria. Esclareceu que há outras formas de exercer a sua influência neste cenário", acrescentou.
As tropas americanas lideram desde 2014 a coalizão internacional contra o terrorismo jihadista.
"Derrotamos o EI na Síria, a única razão para estarmos lá durante a presidência", afirmou Trump em sua conta no Twitter nesta quarta-feira.
Netanyahu garantiu que estudará o calendário de saída dos EUA, a implementação e as implicações que essa decisão terá para Israel, preocupado com a crescente influência do Irã, aliado do regime sírio, no país vizinho.
Para os especialistas israelenses, a saída americana daria o controle total da Síria às forças do presidente sírio, Bashar al Assad, ao seu aliado iraniano e ao grupo xiita libanês Hezbollah.
"Principalmente os iranianos terão poder e se sentirão muito mais fortes", avaliou o ex-diretor geral do Ministério de Assuntos Estratégicos de Israel, Yossi Kuperwasser.
Até o momento, Israel teve certa liberdade de atuação na Síria mediante bombardeios contra alvos para impedir que o Irã aumente a sua presença militar na Síria. EFE