Milícias pró-turcas na Síria dizem preparar ataque contra curdos
Ancara, 24 dez (EFE).- As milícias sírias que a Turquia apoia no noroeste da Síria estão preparando um ataque contra as milícias curdo-sírias que dominam a cidade de Manbij, ao oeste do Rio Eufrates, informou a agência turca "Anadolu" nesta segunda-feira.
"As nossas unidades avançaram para fazer contato com as áreas sob ocupação dos terroristas", disse à agência um comandante das milícias pró-turcas, o chamado Exército Livre da Síria (ELS), que se identificou como Abu Yazan.
Ele se referia às milícias curdo-sírias Unidades de Proteção do Povo (YPG), que dominam tanto Manbij quanto grandes partes do nordeste da Síria, e que o governo em Ancara considera terroristas pelos vínculos com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), a guerrilha curda ativa na Turquia.
Unidades treinadas da divisão Hamza, que faz parte do ELS, enviaram armamento pesado e veículos blindados para as YPG e para as regiões sob controle do regime de Bashar al-Assad, de acordo com a "Anadolu". Estas unidades colaborarão em um provável próximo ataque das forças turcas contra Manbij.
O comandante Abu Yazan prometeu "restaurar a liberdade em Manbij" depois de retirar as milícias curdas e advertiu que os civis devem se manter longe dos pontos onde as YPG estejam.
A Turquia está desde o sábado enviando comboios e blindados para a fronteira síria. Uma parte já entrou através da província de Kilis no território que Ancara controla com o ELS ao norte de Aleppo. Hoje mesmo foi registrada a passagem de um comboio de blindados por Kilis.
Estes preparos ocorrem poucos dias depois de os Estados Unidos anunciarem a retirada das suas tropas no nordeste da Síria, alegando que já derrotou o Estado Islâmico na região.
As autoridades turcas anunciaram que pretendem ocupar o lugar dos Estados Unidos na região, coordenando a sua entrada com a retirada americana, para evitar que o Estado Islâmico volte a expandir a sua presença. Mas sobretudo, a Turquia se propõe expulsar da região às milícias curdas que até agora lutavam contra o Estados Islâmico em aliança com os Estados Unidos. EFE
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