EUA não planejam fechar embaixada em Caracas, apesar da pressão de Maduro
Washington, 27 jan (EFE).- O governo dos Estados Unidos afirmou neste domingo que não tem planos de fechar a sua embaixada em Caracas, apesar de o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pedir a Washington para negociar com ele durante o próximo mês e transformar essa delegação diplomática em um escritório de interesses com uma missão reduzida.
"Não temos qualquer plano de fechar a embaixada", disse à Agência Efe uma funcionária do Departamento de Estado dos Estados Unidos, que pediu anonimato.
Maduro anunciou na quarta-feira passada a ruptura de relações diplomáticas com os Estados Unidos e deu um prazo de 72 horas para a equipe americana deixar o país, depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reconheceu como governante legítimo da Venezuela o deputado Juan Guaidó, autoproclamado presidente.
Ontem, Maduro afirmou que na sexta-feira o governo americano tirou os funcionários da missão diplomática americana de Caracas e que o seu governo deu a Washington um prazo de 30 dias para negociar o estabelecimento de um escritório de interesses na Venezuela. O escritório substituiria a embaixada e serviria apenas para "atender trâmites migratórios e outros temas de interesse bilateral", dada a falta de relações diplomáticas. Mas o Departamento de Estado deixou entrever que não planeja manter essas negociações com Maduro, já que a autoridade que reconhece como presidente legítimo é Guaidó, e não ele.
"O presidente interino Guaidó convidou a missão americana a ficar na Venezuela", ressaltou a funcionária, lembrando que o chefe da Assembleia Nacional (AN, Parlamento) quer manter relações diplomáticas com todos os países que já têm representação em Caracas.
A fonte explicou que os americanos que deixaram a Venezuela fazem parte do "pessoal de governo não essencial e contratado diretamente, assim como familiares de funcionários do governo americano na embaixada em Caracas".
O Departamento de Estado ordenou na quinta-feira passada que esses funcionários saíssem do país, e fez isso "com base na análise atual" dos Estados Unidos "sobre a situação de segurança na Venezuela", e não como resposta à ordem de Maduro.
"A nossa prioridade continua sendo a proteção e a segurança de nosso pessoal e dos cidadãos americanos no exterior (...). Continuaremos avaliando a situação no local e determinando as ações que sejam apropriadas", acrescentou.
A fonte também pediu "às forças armadas e de segurança da Venezuela que continuem protegendo a integridade e o bem-estar de todos os venezuelanos, assim como dos cidadãos americanos e de outros países na Venezuela".
A mensagem do Departamento de Estado coincidiu com uma advertência de John Bolton, assessor de segurança nacional de Trump, sobre possíveis ameaças aos diplomatas americanos.
"Qualquer violência e intimidação contra diplomatas americanos, o líder democrático da Venezuela, Juan Guiado (sic), ou a Assembleia Nacional representaria um grave ataque à legalidade e será seguido de uma resposta significativa. Os Estados Unidos estão ajudando a recuperar um futuro brilhante para a Venezuela. Estamos aqui para pedir a todas as nações que forneçam apoio as aspirações democráticas do povo venezuelano enquanto tentam libertar-se do estado ilegítimo da máfia do ex-presidente Maduro ", disse Bolton no Twitter. EFE
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