Topo

Igreja católica identifica 286 sacerdotes que abusaram de crianças nos EUA

31/01/2019 22h40

Washington, 31 jan (EFE).- Líderes da Igreja católica nos Estados Unidos identificaram nesta quinta-feira 286 sacerdotes e outros funcionários eclesiásticos que supostamente abusaram sexualmente de menores de idade ao longo das últimas décadas.

Quinze dioceses do estado do Texas, incluindo as de Austin, San Antonio, Dallas e Houston, revelaram os nomes dos religiosos que supostamente abusaram de crianças e adolescentes, no marco de uma campanha iniciada em agosto de 2018, quando uma corte da Pensilvânia tornou públicos os casos de 300 sacerdotes que teriam cometido os mesmos crimes.

"Os bispos do Texas decidimos informar os nomes destes sacerdotes neste momento porque é correto e justo, com o objetivo de oferecer recuperação e esperança aos que sofreram", declarou hoje em comunicado o cardeal Daniel DiNardo, da diocese de Galveston-Houston.

Por sua parte, o reverendo Michael Olson, da diocese de Fort Worth, afirmou em carta aos seus fiéis que se sente "profundamente envergonhado dos erros passados por parte dos encarregados da liderança na Igreja que fracassaram em proteger as crianças".

Depois da publicação do relatório judicial no estado da Pensilvânia em agosto, cerca de 50 dioceses de todo os Estados Unidos publicaram listas com nomes de mais de 1.200 padres acusados de abuso sexual a menores.

Nesse documento, o júri da Pensilvânia criticava que todos os casos identificados foram deixados de lado pelos líderes da Igreja, "que preferiram proteger os abusadores e a instituição, sobretudo".

Como consequência do acobertamento, quase todos os casos eram antigos demais para serem julgados, já que a maioria é anterior ao ano 2000.

A Conferência Episcopal dos Estados Unidos anunciou então um plano integral para abordar a "catástrofe moral" que assola o seio da Igreja americana após o escândalo de abusos sexuais contra menores revelado na Pensilvânia.

Por sua parte, o Vaticano qualificou de "criminosos" os abusos de sacerdotes a menores descritos no relatório da Pensilvânia e considerou que "deveria haver assunção de responsabilidade" dos abusadores e de quem "permitiu que acontecessem".

Após o escândalo, várias congregações católicas dos estados de Arkansas, Oklahoma, Louisiana e Nova York informaram as identidades de sacerdotes envolvidos neste tipo de atividades e condenaram os fatos. EFE