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Presidente da Efe denuncia que segue sem contato com jornalistas detidos

31/01/2019 11h19

Madri, 31 jan (EFE).- O presidente da Agência Efe, Fernando Garea, denunciou nesta quinta-feira que o departamento jurídico da agência de notícias ainda não conseguiu fazer contato com a equipe de jornalistas que foi detida na Venezuela enquanto cobria a crise no país.

O responsável pela agência espanhola de notícias garantiu que a prioridade é a segurança dos detidos e preservar o objetivo da Efe de "cumprir com seu trabalho" de informar.

Garea relatou que as detenções ocorreram na quarta-feira e que até agora não foi possível fazer contato com os detidos.

Três jornalistas da Efe enviados de Bogotá, na Colômbia, para a cobertura da crise venezuelana, o espanhol Gonzalo Domínguez e os colombianos Maurén Barriga e Leonardo Muñoz, além do motorista venezuelano José Salas, foram detidos na quarta-feira por autoridades venezuelanas.

Os quatro foram posteriormente "levados para as dependências" do serviço de inteligência do país latino-americano, conhecido pela sigla Sebin.

A Efe continua "à espera" de fazer contato com os jornalistas, disse Garea, que também denunciou que, neste momento, não é possível saber em que situação eles se encontram e como estão.

"Sabemos genericamente que o governo venezuelano diz que (os detidos) não tinham autorização para trabalhar como jornalistas na Venezuela, mas sabemos que a equipe foi interrogada pela inteligência militar ao chegar" a Caracas, explicou Garea.

Portanto, o presidente da Efe afirma que "a acusação não é correta" e também destacou que, "em todo caso, esta detenção ilegal não se justifica".

Além disso, Garea agradeceu as gestões que estão fazendo o governo espanhol e sua embaixada na Venezuela.

O governo da Colômbia também "está pressionando para conseguir a libertação" dos dois jornalistas colombianos da Efe detidos, confirmou Garea.

O presidente da Agência Efe ressaltou que "nosso interesse é manter a opinião pública informada e os meios de comunicação associados" no mundo todo, por isso, "serão tomadas as medidas para garantir a segurança" dos jornalistas detidos.

Os funcionários da Efe viajaram em 17 de janeiro para Caracas para ajudar na cobertura da crise venezuelana e, ao chegarem ao aeroporto de Maiquetía, se identificaram como jornalistas.

Depois, as autoridades de inteligência, migração e alfândega permitiram sua entrada sem restrições, após submetê-los a vários filtros de segurança durante quase três horas.

Quando viajaram para a Venezuela, os três jornalistas da Efe tinham passagens de avião para retornarem a Bogotá em 7 de fevereiro.

O governo espanhol rejeitou hoje "energicamente" a detenção da equipe da Efe e garantiu que "está fazendo todas as gestões necessárias para conseguir sua libertação o mais rápido possível".

A União Europeia e o Parlamento Europeu também condenaram as detenções e exigiram a libertação dos jornalistas.

O pedido de libertação também foi assinado pela ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) e por associações de jornalistas da Espanha. Além disso, os funcionários da Efe fizeram uma manifestação em frente à sede central da agência em Madri. EFE