Cristina Kirchner é condenada por usar frota presidencial para enviar jornais
Buenos Aires, 28 mar (EFE).- A ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner foi condenada nesta quinta-feira por desvio de dinheiro público, pelo uso de aviões oficiais para enviar jornais do dia de Buenos Aires para sua residência, em Santa Cruz, no sul do país.
O juiz Claudio Bonadio, responsáveis pelos processos que envolvem a chefe de Estado entre 2007 e 2015, estabeleceu um embargo de bens no valor de 500 mil pesos (R$ 45,4 mil). Diferente de outros casos, no entanto, foi foi ditada a prisão preventiva da também ex-primeira-dama, que tem imunidade parlamentar, por ocupar cadeira no Senado.
O magistrado apontou que Cristina Kirchner é "partícipe necessária" na irregularidade, enquanto o ex-secretário-geral da Presidência Oscar Parrilli, também condenado, foi apontado como autor na ação.
Na decisão judicial, Bonadio aponta que "voos da frota presidencial eram feitos com regularidade para as cidades de Río Gallegos e/ou El Calafate, na província de Santa Cruz".
A única finalidade destes voos, segundo a acusação, era levar a Cristina e ao marido, o ex-presidente Néstor Kirchner, que morreu em 2010, os jornais do dia. A prática se estendeu entre 2003 e 2015, aponta a sentença.
Esta ação começou com os depoimentos realizados durante as investigações do processo chamado de "Caderno das Propinas", que aponta para uma rede de subornos de empresários a funcionários do alto escalão do governo argentino para a obtenção de concessão de contratos públicos durante os anos do kircherismo.
A ex-presidente garantiu que as acusações visam gerar impacto contra sua imagem e ainda desafiou a justiça a apresentar provas contra ela. Cristina Kirchner deve encarar o primeiro julgamento em maio deste ano. EFE
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