Topo

Tubarão-tigre também come pássaros terrestres, diz estudo

21/05/2019 18h01

Washington, 21 mai (EFE).- Um estudo divulgado nesta terça-feira na revista "Ecology" revelou que o tubarão-tigre, conhecido por ter uma dieta onívora, come também pássaros terrestres e canoros, para surpresa dos cientistas.

O 'Galeocerdo cuvier' é um dos maiores tubarões e pode chegar a sete metros de comprimento e 600 quilos. Os pesquisadores já sabiam que eles comem quase de tudo, de tartarugas e golfinhos a pneus, mas agora descobriram que esses animais não só apreciam aves marinhas, como gaivotas e pelicanos, mas também pássaros terrestres, como andorinhas e pombas.

"O tubarão-tigre vê algo comestível e devora, mas me surpreendeu ver que também come passeriformes", explicou Kevin Feldheim, pesquisador do Museu Field de História Natural, em Chicago, e um dos autores do estudo.

A equipe liderada por Marcus Drymon, da Universidade Estadual do Mississipi, estudou a dieta do tubarão-tigre jovem capturando exemplares de até um metro de comprimento e sugando o conteúdo do estômago antes de liberá-los.

Não foi uma tarefa fácil: os tubarões com barriga branca e as costas azul ou verde, com listras similares às do tigre, têm mandíbulas poderosas e capazes de triturar o casco de uma tartaruga. Assim, os restos encontrados no sistema digestivo dos tubarões capturados no Golfo do México estavam parcialmente digeridos, e os cientistas não conseguiram determinar exatamente o tipo de ave.

O material foi enviado para o Laboratório Pritzker de Sistemática Molecular e Evolução, em Chicago, para análise de DNA.

"Nenhum deles era gaivota, pelicano, cormorão ou outro tipo de ave marinha. Eram todos pássaros terrestres", afirmou Feldheim.

De acordo com ele, em determinado ponto do litoral do Havaí os filhotes de albatroz aprendem a voar, e os tubarões-tigre adultos os capturam.

"Durante as migrações, estas aves já estão cansadas e caem na água durante as tempestades. Os pássaros terrestres podem ser uma presa mais atraente do que as aves marinhas, porque elas podem se resolver melhor na água", acrescentou Feldheim. EFE