Negociações entre Mercosul e UE entraram em "modo fechamento", diz Argentina
Buenos Aires, 24 jun (EFE).- O governo da Argentina informou nesta segunda-feira que as negociações iniciadas há quase duas décadas para um acordo de livre-comércio entre Mercosul e União Europeia (UE) entraram em um "modo fechamento", e demonstrou otimismo a respeito de uma rápida conclusão das conversas.
"Estamos muito otimistas pelo modo como esta negociação está avançando", disse em entrevista coletiva o ministro de Produção e Trabalho argentino, Dante Sica, depois de uma reunião do gabinete de governo do presidente Mauricio Macri.
Sica explicou que a nova rodada de negociações entre as delegações de ambos os blocos foi iniciada em Bruxelas no final da semana passada e que "hoje seguem negociando".
O Mercosul, que neste semestre é presidido pela Argentina, e a UE iniciaram negociações para um acordo de associação - baseado em cooperação, diálogo político e livre-comércio - em abril de 2000. Desde então, foram realizadas mais de 30 rodadas de conversas, um processo complexo, inclusive com paralisações de muitos anos.
"Acho que conseguimos fazer com que tanto o Mercosul como a UE estejam mais em um 'modo fechamento', trabalhando sobre os temas finais", analisou o ministro argentino.
De acordo com Sica, na próxima quarta-feira será realizada uma reunião ministerial do bloco sul-americano para abordar o andamento das conversas com a UE. Nos dois dias posteriores serão organizados encontros entre ministros de ambos os blocos.
"Aí veremos o quanto mais podemos nos aproximar do que queremos e tentamos há três anos e meio (quando Macri assumiu a presidência argentina), que é a conclusão definitiva desta negociação", afirmou Sica.
Enquanto as partes apressam o diálogo, Macri se reunirá no próximo sábado com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, em Osaka, no Japão, durante a cúpula do G20.
Um dos temas mais sensíveis do processo de negociação é a agricultura e, especialmente, a carne bovina e o açúcar. A Espanha enviou a Juncker na sexta-feira passada uma carta a Juncker para pedir a conclusão das negociações com o Mercosul diante da "ameaça do protecionismo".
Os membros da UE que apoiam o acordo acreditam que, "no contexto atual do mundo", firmar um acordo com o Mercosul "seria um sinal muito potente de que o sistema funciona, que é preciso respeitar o sistema multilateral, que os acordos bilaterais dentro de um sistema mais amplo multilateral são benéficos para todos", disseram fontes diplomáticas.
Paralelamente, França, Polônia, Irlanda e Bélgica enviaram outra carta à Comissão Europeia - organização que negocia a política comercial em nome dos países-membros da UE - na qual expressaram preocupação com os efeitos de um eventual tratado na sua agricultura, atividade na qual os países sul-americanos são altamente competitivos. EFE
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