Topo

Governo iemenita pede mecanismo efetivo para verificar cessar-fogo

15/07/2019 09h28

Cairo, 15 jul (EFE).- O governo do Iêmen pediu um mecanismo efetivo para supervisionar o cessar-fogo pactuado com os houthis na cidade portuária de Hodeida e acusou os rebeldes de não respeitar o pacto alcançado em dezembro do ano passado na Suécia.

Durante a quinta rodada de negociações entre as partes e representantes da ONU que acontecem em um navio em águas internacionais em frente a Hodeida, a delegação governamental responsabilizou os houthis pela escalada de violência, segundo informou nesta segunda-feira em comunicado a delegação, liderada pelo general Sagheer bin Aziz.

Os houthis e o governo iemenita alcançaram em 13 de dezembro de 2018 um acordo em Estocolmo para um cessar-fogo em Hodeida, cidade estratégica para as importações e para a entrada de ajuda humanitária ao país.

Os rebeldes entregaram em maio os portos de Hodeida, Salif e Ras Aissa à Guarda Costeira, em uma ação aprovada pelo próprio enviado especial da ONU, Martin Griffiths, embora o governo iemenita a tenha rotulado como "farsa" assegurando que a Guarda Costeira na realidade está sob controle dos houthis.

Segundo o comunicado de hoje, o governo iemenita considera que "a escalada militar houthi confirma sua falta de seriedade sobre a paz, a cessação de hostilidades e a implementação do pacto de paz em Hodeida".

Nesta linha, advertiram para as contínuas "violações" da trégua pelos rebeldes através de ações militares e "incessantes" lançamentos de mísseis e projéteis na cidade portuária.

O conflito do Iêmen começou no final de 2014, quando os houthis, que contam com o apoio do Irã, ocuparam a capital Saná e outras províncias do país e tiraram do poder o presidente reconhecido pela comunidade internacional, Abd Rabbuh Mansur al Hadi, atualmente exilado em Riad.

A crise se intensificou até se transformar em um conflito internacional quando, em março de 2015, a Arábia Saudita se envolveu na guerra à frente de uma coalizão de países árabes, suscitando a pior crise humanitária do planeta, nas palavras da ONU. EFE