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Na prisão, vice-presidente do parlamento venezuelano inicia greve de fome

18/07/2019 16h55

Caracas, 18 jul (EFE).- O primeiro vice-presidente do parlamento da Venezuela, Édgar Zambrano, detido no início de maio sob acusações de apoiar um levante militar fracassado contra o governo de Nicolás Maduro, está em greve de fome há nove dias, informaram nesta quinta-feira alguns companheiros de bancada do político.

"O deputado Édgar Zambrano, do estado de Lara, está em greve de fome há nove dias e teve que começar a receber hidratação", disse a parlamentar Delsa Solórzano, acompanhada de outros legisladores, em entrevista coletiva.

Segundo a deputada, que faz parte da Comissão de Política Externa do Legislativo, Zambrano exige das autoridades judiciais "a libertação imediata" de quatro colaboradores, assim como acesso a seus advogados e visitas de familiares.

"Hoje, Édgar Zambrano está em greve de fome, tememos por sua vida, por sua segurança física, por sua saúde, e reiteramos nossa exigência de libertação imediata para o deputado Zambrano, assim como o cumprimento imediato dos pedidos que ele está fazendo", acrescentou Delsa ao lembrar que o opositor "não é mais um rapaz" e sofre de hipertensão.

"Compreendemos a medida", disse a deputada, que, no entanto, esclareceu que a considera "bastante drástica".

Delsa explicou que o parlamento, controlado pela oposição ao governo de Nicolás Maduro, notificará o caso "agora mesmo" ao escritório da alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, assim como a outros órgãos multilaterais.

Zambrano foi detido junto com colaboradores depois de ser acusado de apoiar a rebelião militar fracassada liderada pelo presidente do parlamento, Juan Guaidó, em 30 de abril, e que o governo Maduro controlou em poucas horas e sem baixas.

Um dia depois, ocorreram protestos em várias cidades do país em apoio ao levante e em rejeição a Maduro, que resultaram em pelo menos cinco mortes, centenas de feridos e pelo menos 200 detenções.

A Venezuela passa por um alto pico de tensão política desde janeiro, quando Maduro tomou posse para um novo mandato de seis anos que não foi reconhecido pela oposição e por parte da comunidade internacional depois que os principais líderes da oposição foram impedidos de participar do pleito.

Em resposta, Guaidó se autoproclamou presidente interino com base em artigos da Constituição venezuelana. EFE