EUA expressam "grande apoio" à investigação da ONU sobre ataques na Síria
Washington, 1 ago (EFE).- O governo dos Estados Unidos expressou nesta quinta-feira "grande apoio" à decisão do secretário-geral da ONU, António Guterres, de investigar os danos sofridos por instalações civis durante a ofensiva do governo da Síria com apoio da Rússia contra a província de Idlib.
"Há um grande apoio dos EUA", disse em entrevista coletiva o enviado especial americano para a Síria e para a coalizão global contra o grupo terrorista Estado Islâmico (EI), James Jeffrey.
"A questão principal atualmente é acabar com a violência contra os civis em Idlib, como disse o presidente Donald Trump em Osaka. Mesmo se houver terroristas escondidos em Idlib, isso não é desculpa para bombardear 3 milhões de pessoas que já foram deslocadas de maneira interna", destacou Jeffrey.
Em setembro do ano passado, a Rússia e a Turquia alcançaram um pacto que conseguiu deter a ofensiva que o governo sírio planejava contra Idlib (último reduto da oposição na Síria) e estabeleceu uma zona desmilitarizada em torno dessa província, onde calcula-se que vivem três milhões de pessoas.
No entanto, nas últimas semanas, as operações militares e a violência aumentaram de maneira considerável, especialmente contra alvos civis.
Concretamente, as forças leais ao presidente sírio, Bashar al Assad, aumentaram suas operações no noroeste do país desde o final de abril, quando começaram uma ofensiva não declarada e uma escalada dos combates na zona desmilitarizada estipulada por turcos e russos em setembro do ano passado.
Por causa desses incidentes, Guterres anunciou hoje que averiguará a destruição e o dano sofrido por instalações civis (escolas e centros de saúde, por exemplo) e outras apoiadas pelas Nações Unidas na ofensiva do governo sírio com apoio russo contra a província de Idlib.
Rússia e EUA discordam sobre o ocorrido em Idlib: o Executivo do presidente russo, Vladimir Putin, assegura que está apoiando Assad na luta antiterrorista, enquanto o governo de Trump diz que esses ataques se dirigem contra estruturas civis e estão provocando mais refugiados.
Perguntado sobre estas diferenças, Jeffrey disse: "Bom, os russos negam muitas coisas que nós acreditamos que são fatos, que temos certeza que são fatos".
Os EUA estão presentes na Síria como parte de uma coalizão internacional contra o EI, integrada por 80 países.
Em dezembro, Trump proclamou a derrota desse grupo jihadista na Síria e anunciou a saída dos dois mil soldados americanos enviados a esse país como parte da coalizão.
No entanto, dois meses depois, a Casa Branca voltou atrás e disse que 400 soldados americanos permanecerão na Síria durante um tempo, embora não tenha fixado prazos concretos. EFE
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