Justiça do Panamá inocenta ex-presidente Martinelli em caso de espionagem
Cidade do Panamá, 9 ago (EFE).- Um tribunal do Panamá decidiu nesta sexta-feira que o ex-presidente Ricardo Martinelli é inocente das acusações de espionagem política e desvio de recursos públicos feitas pelo Ministério Público e determinou que ele seja libertado da prisão.
Os juízes Roberto Tejeira, Arleen Caballero e Rául Vergara decidiram por unanimidade que Martinelli é inocente. O ex-presidente, que sempre negou as acusações, se diz vítima de uma perseguição política orquestrada por seu ex-aliado e sucessor no cargo, Juan Carlos Varela, que deixou o poder no início de julho.
"O tribunal declara inocente o senhor Ricardo Martinelli dos crimes acusados e suspende a medida cautelar que pesava contra ele, ordenando sua liberdade imediata", disse Vergara ao ler a decisão do tribunal.
Os promotores pediam uma pena de 21 anos de prisão para o ex-presidente, mas os juízes avaliaram que o Ministério Público não conseguiu provar que Martinelli cometeu os crimes de espionagem política e desvio de recursos públicos.
"O Ministério Público não conseguiu provar sua teoria sobre o caso e há dúvidas razoáveis. (_) Há indícios de que houve atividades à margem da lei no Conselho Nacional de Segurança, mas emergem dúvidas que não foram resolvidas pelas provas", diz a decisão, que ainda argumenta que os promotores apresentaram "fatos imprecisos e mal estruturados".
Fundador do partido Mudança Democrática, Martinelli foi o primeiro ex-presidente da jovem democracia do país a sentar no banco dos réus. Ele era acusado de interceptar ligações e mensagens de dezenas de opositores, empresários, jornalistas e ativistas.
Alegando perseguição política, o ex-presidente deixou o Panamá em janeiro de 2015, mas foi extraditado pelos Estados Unidos em junho de 2018 após passar um ano preso em uma penitenciária federal americana a pedido das autoridades panamenhas.
Já de volta ao Panamá, Martinelli foi levado a uma prisão de segurança mínima nos arredores da capital panamenha e logo passou para o regime domiciliar porque a lei do país proíbe prisão preventiva superior a um ano.
"Graças aos meus advogados se fez justiça. Esta era uma conspiração de Juan Carlos Varela e Ronaldo López (ex-chefe do Conselho Nacional de Segurança)", disse Martinelli ao deixar o tribunal. EFE
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