Merkel irá ao G7 para defender livre-comércio e reativar economia alemã
Juan Palop.
Berlim, 22 ago (EFE).- Preocupada com a situação econômica da Alemanha e o consequentemente distanciamento em relação aos Estados Unidos de Donald Trump, a chanceler alemã, Angela Merkel, chegará à cupula do G7 com a diminuição da tensão na guerra comercial e o reforço das relações multilaterais como principais apostas.
A reunião das principais economias do mundo na cidade de Biarritz, no sudoeste da França, é a melhor oportunidade para que a chanceler volte a colocar as cartas sobre a mesa, embora o panorama internacional seja cada vez mais complicado.
Merkel defendeu na última segunda-feira um esforço coletivo para que "as tendências protecionistas não ganhem espaço" e se mostrou confiante que um comércio "dentro do possível e sem atritos" tanto com os EUA como com a China e outras regiões seria positivo "para todos".
O Produto Interno Bruto (PIB) alemão caiu 0,1% no segundo trimestre, e as perspectivas para o próximo tampouco são otimistas. Além disso, a produção industrial e as exportações do país estão caindo com força.
Por um lado, a chanceler vem tentando, sem sucesso, combater as ameaças americanas de impor sobretaxas à importação - que poderiam ameaçar principalmente a poderosa indústria de automóveis alemã.
Por outro, Merkel aposta na defesa do sistema multilateral de negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC), apesar das suas deficiências.
Mas a tarefa não será fácil. O presidente dos EUA defende posições bastante diferentes - como sobretaxas aos carros alemães e o início de guerras comerciais que são "fáceis de ganhar" - e está disposto a romper acordos e deixar um encontro tão importante como o do G7 sem assinar o comunicado final, como já fez anteriormente.
Além disso, as relações pessoais entre Merkel e Trump estão desgastadas. A chefe do governo alemão viajou para os EUA e não passou, nem mesmo por cortesia, por Washington. Enquanto o presidente americano constantemente lança tweets e histórias contra a chanceler que atacam sua política de imigração, seus gastos com a área de defesa e os índices de exportação do seu país.
Além de uma aberta defesa do livre-comércio, a agenda alemã durante o encontro com o G7 inclui outros temas, que em grande parte servirão de apoio às propostas da presidência da França, como a mudança climática, a segurança internacional, o Pacto com a África, e o combate à desigualdade e à pobreza.
Fora do programa oficial, embora com grandes chances de ser abordada durante a reunião, que acontecerá entre os dias 24 e 26 de agosto, está a nomeação da candidata europeia como nova diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI).
O posto, tradicionalmente em mãos da Europa por um acordo não escrito com os EUA, está em aberto desde a ida de Christine Lagarde para o Banco Central Europeu (BCE).
A União Europeia (UE) conseguiu indicar o nome da búlgara Kristalina Georgieva, mas muitos países emergentes questionam cada vez mais um sistema de nomeações que os ignora sistematicamente. EFE
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