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Novo caça brasileiro Gripen E realiza primeiro voo na Suécia

26/08/2019 16h16

O primeiro dos 36 caças de combate Gripen que o Brasil encomendou à fabricante sueca Saab realizou hoje seu primeiro voo, que durou 65 minutos e incluiu testes de manobras e qualidade de voo em diferentes altitudes e velocidades.

"O Gripen E brasileiro realizou seu primeiro voo nesta segunda-feira (26/8), às 9h41min (horário de Brasília), em Linköping, na Suécia", escreveu a Força Aérea Brasileira (FAB) no Twitter.

Segundo a FAB, a aeronave passará por pelo menos 900 voos antes de ser entregue ao Brasil, o que está previsto para ocorrer no segundo semestre de 2021. Os outros 35 caças comprados pelo governo federal serão recebidos até 2026.

O Gripen E, uma nova versão do caça-bombardeiro Gripen da Saab, foi desenvolvido em conjunto por engenheiros da empresa sueca e da Embraer, que é parceira na montagem da aeronaves.

Segundo a Saab, a principal diferença do Gripen E testado hoje é que ele possui um cockpit com layout totalmente novo, com tela panorâmica, chamada Wide Area Display (WAD). Outra diferença é que o caça possui um moderno sistema de comando de voo.

"Este marco é um legado para a grande parceria entre a Suécia e o Brasil. Menos de cinco anos após a assinatura do contrato, o primeiro Gripen Brasileiro alçou seu primeiro voo", disse o diretor-executivo e presidente da Saab, Hakan Buskhe.

O Brasil encomendou 36 aeronaves de combate, 28 delas com capacidade de levar apenas um piloto e oito com dois lugares na cabine. Após um primeiro lote de aviões fabricados na Suécia, a produção será levada para os hangares da Embraer, principal beneficiária do acordo de transferência de tecnologia firmado pela Saab e o governo federal.

O último lote de 15 unidades será totalmente produzido na fábrica da Embraer na cidade de Gavião Peixoto, no interior de São Paulo, com os engenheiros suecos atuando apenas como consultores.

De acordo com executivos da Saab, a empresa tem negociações adiantadas para vender o modelo brasileiro do Gripen a países como Áustria e Bulgária. A fabricante sueca também quer usar o acordo firmado com a Embraer como uma plataforma de exportação para produzir caças no Brasil e negociá-los com outros países da América Latina.

A FAB usará os Gripen E para substituir vários caças da atual frota, principalmente os F-5 e Mirage 2000, que estão obsoletos.

O contrato com a Saab foi assinado em 2013. O Brasil pagará US$ 5,4 bilhões para receber os 36 caças produzidos pela fabricante sueca, que competiu à época com a francesa Dassault, que produz os Rafale, e a americana Boeing, que ofereceu o F-18 Super Hornet. EFE