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Seis meses após ciclone, 2 milhões de moçambicanos ainda aguardam por ajuda

12/09/2019 14h28

Maputo, 12 set (EFE).- Quase dois milhões de pessoas ainda precisam de assistência humanitária seis meses depois que o ciclone Idai devastou a parte central de Moçambique, cuja área norte também sofreu os efeitos de outro ciclone, Kenneth, há cinco meses, lembrou nesta quinta-feira a ONU.

"Existe uma obrigação moral e é urgente que a comunidade internacional forneça apoio para salvar as vidas dos mais vulneráveis", disse Myrta Kaulard, coordenadora humanitária da ONU em Moçambique, em entrevista coletiva em Maputo, capital do país.

As Nações Unidas pediram ajuda de quase US$ 400 milhões para ajudar as pessoas afetadas, um mês após o início de uma nova estação chuvosa e, talvez, novos ciclones, em um país que até este ano não costumava recebê-los.

"A temporada de ciclones está prestes a começar e isso coincide com um período de escassez de alimentos para as famílias que vivem na agricultura de subsistência, já que a próxima colheita não será até março de 2020", explicou a coordenadora.

Idai tocou terra no dia 14 de março, na parte central de Moçambique, na província de Sofala, deixando cerca de 600 mortos e graves destruições nas cidades, como em sua capital, Beira.

Este ciclone avançou no dia seguinte para o Zimbábue, onde causou 344 mortes e danos materiais significativos.

No total, 647 pessoas morreram entre março e abril, como resultado direto dos ciclones Idai e Kenneth, que destruíram 223.947 casas nas províncias de Sofala, Manica, Tete e Zambezia, assim como 93 unidades de saúde e 3.504 salas de aula.

"É fundamental mobilizar recursos para ajudar as pessoas mais vulneráveis a lidar com os múltiplos choques que enfrentaram nos últimos meses", afirmou Kaulard, se referindo à "obrigação "moral" da comunidade internacional de salvar vidas.

Os US$ 400 milhões solicitados pela ONU são adicionais aos US$ 441 milhões que foram pedidos no final de maio, quando foi lançado o que se pediram no final de maio quando se lançou o Plano de Resposta Humanitária para Moçambique.

E esses valores não incluem os US$ 3,2 bilhões que o governo moçambicano necessita para reconstruir a cidade de Beira e o restante das localidades afetadas. EFE