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Senadora opositora Jeanine Áñez assume presidência interina da Bolívia

12/11/2019 21h39

La Paz, 12 nov (EFE).- A senadora opositora Jeanine Áñez assumiu nesta terça-feira a presidência interina da Bolívia - vacante desde a renúncia de Evo Morales - em sessão no Parlamento que não contou com a presença dos representantes do Movimento ao Socialismo (MAS), partido do agora ex-governante.

"Assumo de imediato a Presidência do Estado", proclamou a senadora da União Democrata, que ativou a linha de sucessão após as saídas de Morales e de todos os cargos que estavam acima dela. Antes de assumir a presidência interinamente, Áñez foi nomeada presidente do Senado, do qual era uma das vice-presidentes.

A Constituição boliviana estabelece que, na ausência do chefe de Estado, assumirão a presidência, na ordem, o vice-presidente do país, o presidente do Senado e o do Congresso. As pessoas que ocupavam todos esses cargos renunciaram após a saída do mandatário.

Morales renunciou no último domingo após pressão das Forças Armadas após uma auditoria da Organização dos Estados Americanos (OEA) apontar graves irregularidades na apuração dos votos das eleições presidenciais de 20 de outubro, nas quais ele foi reeleito em primeiro turno para o quarto mandato consecutivo.

Nas primeiras palavras no poder, a nova presidente interina agradeceu pela confiança recebida em "dias difíceis" na Bolívia e disse que "não vai ser muito fácil". Com o vazio deixado por Morales, os militares e policiais foram praticamente as únicas autoridades remanescentes.

Jeanine Áñez se comprometeu a "convocar eleições o mais rápido possível", e declarou que lutará por uma Bolívia "livre e democrática".

Os parlamentares do Movimento ao Socialismo (MAS), o partido de Morales, não marcaram presença na Assembleia Legislativa, o que gerou comparações com a Venezuela, em referência ao momento em que o chefe do Parlamento, Juan Guaidó, se proclamou presidente interino do país.

Áñez recebeu o aval do Tribunal Constitucional da Bolívia em sua proclamação. Em comunicado, o órgão reconheceu que segue a Constituição do país, promulgada por Morales em 2009. EFE